Brasil, 18 de agosto de 2025
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Avatar digital de ator vende produtos no TikTok sem sua permissão

Artista teve sua imagem licenciada para criar avatares de IA usados em campanhas publicitárias no TikTok, sem controle ou royalties

Scott Jacqmein, ator de 52 anos em Dallas, descobriu que sua imagem tem sido utilizada para criar avatares de inteligência artificial que promovem produtos no TikTok, sem seu consentimento ou participação direta. Após licenciar sua foto para a plataforma no ano passado, ele viu seu avatar sendo usado por diversas marcas, incluindo anúncios de suplementos e outros serviços, muitas vezes sem controle sobre os contextos de uso.

O uso de avatares de IA e o impacto na carreira dos atores

Jacqmein revelou que seu avatar aparece em vídeos onde fala espanhol fluentemente, algo que ele não faz, e sua imagem é exibida com gestos e voz artificiais, o que o deixou surpreso e arrependido. “Na época, foi uma oportunidade promissora, mas agora vejo que a tecnologia evoluiu mais rápido que meus contratos”, afirmou. Os avatares são criados por empresas terceirizadas, como a Polet Production, que usam imagens de atores filmados em smartphones para gerar centenas de modelos digitais.

Preços baixos e ausência de royalties

Os artistas envolvidos afirmam que receberam valores entre 500 a 750 dólares pelo trabalho, sem previsão de receber remuneração adicional quando seus avatares forem usados em outros anúncios ou plataformas. Tracy Fetter, artista plástica, relatou ter recebido menos de mil dólares, e um outro ator declarou ter recebido apenas 500 dólares, além de uma viagem à Baía de São Francisco.

Segundo especialistas, esse pagamento é considerado baixo diante do valor de mercado de atores profissionais para comerciais, que pode chegar a 2,5 mil dólares ou mais, dependendo da representação sindical. Ainda assim, empresas e plataformas, como o TikTok, utilizam essa tecnologia para diminuir custos e ampliar o alcance de suas campanhas.

Uso e circulação dos avatares em plataformas além do TikTok

Apesar de os contratos indicarem uso restrito ao TikTok, muitos anúncios com avatares são compartilhados em outras redes, como Facebook, Instagram e YouTube, muitas vezes sem a devida autorização ou etiquetas de inteligência artificial. Jacqmein ficou chocado ao ver seu avatar promovendo um suplemento em vídeos fora da plataforma, o que violaria os termos do TikTok, que afirma moderar os anúncios por tecnologia e supervisão humana.

Profissionais de direito, como Jeanne Fromer, indicam que é difícil prever todas as formas de uso dessas imagens, e que os artistas geralmente têm poucos recursos legais para impedir usos indesejados ou prejudiciais. Essa situação levanta questões sobre a ética e a regulamentação do uso de avatares de IA, especialmente em cenários que podem representar aspectos pessoais ou embaraçosos.

Perspectivas futuras e o impacto na publicidade

Empresas de tecnologia publicitária, como a Tel Aviv-based Tarzo, já usam avatares para testar roteiros e campanhas em grande escala, considerando-os uma evolução na publicidade digital. A maior vantagem apontada é a economia de tempo e dinheiro, além da possibilidade de criar personas que fala todas as línguas do mundo em segundos.

Por outro lado, artistas e atores expressam preocupação com a falta de regulamentação e os riscos de substituição total de humanos por avatares gerados por IA, sem pagamento de royalties ou controle sobre o uso de suas imagens. Jacqmein afirmou desejar ter negociado melhores condições inicialmente, mas agora lida com o fato de sua imagem estar sendo explorada de formas que ele nunca imaginou.

Segundo o TikTok, a plataforma monitora anúncios e busca garantir que as diretrizes de publicidade sejam seguidas; no entanto, relatórios indicam que muitos avatares são utilizados fora das regras, levantando debates sobre ética, propriedade e remuneração no universo da inteligência artificial na publicidade.

Mais informações podem ser acessadas no Fonte do O Globo.

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