O governo brasileiro enviará nesta quarta-feira (18) um relatório a Washington detalhando práticas investigadas pelos Estados Unidos, incluindo questões financeiras, comerciais, digitais, combate ao desmatamento e propriedade intelectual. A ação é uma resposta à investigação do escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), que avalia se o Brasil adota práticas anticompetitivas e desleais.
Investigação e possíveis implicações comerciais
Segundo fontes oficiais, após o envio do relatório, negociações entre os países devem ocorrer, incluindo uma audiência pública prevista para início de dezembro. Caso o USTR conclua que o Brasil mantém práticas prejudiciais ao comércio bilateral, poderão ser adotadas medidas, como novas barreiras comerciais. O processo pode levar até um ano para ser concluído.
Desafios na escolha de respostas brasileiras
Representantes brasileiros estão trabalhando na elaboração de respostas que demonstrem o fortalecimento de iniciativas de combate ao desmatamento e avanços na redução do tempo de patente de medicamentos, de sete para dois anos em 2026. Autoridades manifestam otimismo com a continuidade dos esforços para evitar penalizações econômicas.
Contexto internacional e estratégias diplomáticas
Além da questão comercial, o governo de Lula buscará contato com líderes europeus para discutir possíveis tarifas adotadas pelo ex-presidente Donald Trump — que anunciou, em julho, uma taxação de até 50% sobre produtos brasileiros. O objetivo é reforçar a posição do Brasil em negociações multilaterais.
Resposta ao sistema Pix e medidas econômicas
Apesar das pressões, interlocutores afirmam que o sistema Pix, criado pelo governo para ampliar a bancarização, continuará inalterado, pois representa uma inovação bem-sucedida no país. Além disso, o governo anunciou um pacote de apoio às empresas impactadas por medidas tarifárias, incluindo linhas de crédito subsidiadas e compras de produtos brasileiros, como alimentos, que deixarão de ser exportados aos EUA. Essas ações estão em fase de discussão no Congresso Nacional.
Perspectivas e próximos passos
O envio do relatório marca o início de um período de negociações difíceis, enquanto o Brasil busca equilibrar seus interesses comerciais e ambientais, mantendo a soberania e o fortalecimento do sistema econômico interno. A expectativa é de que a discussão avance em dezembro, refletindo a importância das relações bilaterais e multilaterais do país nesta fase.
