A OpenAI reforça seu compromisso com o Brasil, terceiro maior usuário do ChatGPT no mundo, e aposta na criatividade brasileira para desenvolver soluções inovadoras em inteligência artificial. Nicolas Robinson Andrade, diretor para a região da América Latina, afirma que o país possui um potencial único devido à sua criatividade e domínio na elaboração de comandos para IA, conhecidos como “prompts”.
O papel do Brasil na inovação em inteligência artificial
Brasileiros têm se destacado na elaboração de modelos de IA, impulsionando o desenvolvimento de soluções regionais e globais. Segundo Andrade, “o brasileiro tem uma criatividade diferente. Algumas das maiores soluções vão sair daqui”, reforçando a importância do país na arena tecnológica.
Desafios regulatórios e parceria com o governo
Apesar do entusiasmo, o executivo expressa preocupação com a tramitação do marco regulatório no Congresso. Ele destaca que a proposta atual apresenta pontos equivocados, como a cobrança de remuneração obrigatória para treinar modelos de IA, o que poderia desestimular investimentos futuros no Brasil. “O projeto favorece empresas que acumulam dados há décadas e dificultaria a entrada de novas startups brasileiras”, avalia Andrade.
Para ele, é fundamental que a legislação considere a cadeia de valor da IA e responsabilidades, além de estabelecer um diálogo com o setor. “Nosso papel é promover a tecnologia, criar um ecossistema e levar os benefícios da IA para todos”, explica.
Investimentos, empregos e uso de IA no cotidiano
Com uma equipe inicial de apenas dois funcionários no Brasil, a OpenAI pretende ampliar sua presença no país nos próximos anos. Andrade destaca que as aplicações de IA já estão presentes no cotidiano, desde colheitas agrícolas até métodos de pagamento e atendimento ao cliente.
Ele também afirma que o Brasil é uma rápida adotante e criador de tecnologia, construindo e desenvolvendo inovação há anos. “O país está criando num ritmo mais rápido que o restante do mundo”, destaca.
Casos de uso e projetos locais
Entre os exemplos de soluções brasileiras, Andrade cita o JusBrasil, que utiliza o GPT-4 para ajudar leigos a entenderem o sistema jurídico, e o projeto Fátima, de verificação de fatos. Para ele, essas iniciativas refletem o potencial de o Brasil liderar em aplicações de IA que atendam às necessidades locais.
Perspectivas futuras e coibição de riscos
Ao discutir o avanço da inteligência artificial geral (AGI), Andrade acredita que modelos próximos à inteligência humana podem ser alcançados, mas ressalta que o foco atual da OpenAI é manter a missão de democratizar o acesso à tecnologia.
Ele explica que a empresa, que nasceu sem fins lucrativos e hoje também atua como grande tech, trabalha para levar os benefícios da IA para toda a América Latina, através do fortalecimento de políticas públicas, licenças gratuitas e parcerias locais. “A missão é fazer com que o impacto seja positivo para o Brasil”, conclui.
Recomposição do cenário regulatório e impacto na indústria
Por fim, Andrade afirma que o projeto de lei em tramitação representa um retrocesso na atração de investimentos e na capacidade de treinar modelos de IA no país. “Se a legislação cobrar remuneração para treinar modelos, o Brasil pode ficar isolado da inovação global, assim como ocorre com a produção de cadeiras e outros setores”, alerta.
Apesar dos desafios, a OpenAI permanece otimista quanto ao potencial do mercado brasileiro, reforçando que a construção de um ecossistema de IA no país é essencial para o seu crescimento sustentável.
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