Brasil, 17 de agosto de 2025
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Mulher absolvida por ligação na morte de marido voltará a ser julgada

Tribunal de Justiça de São Paulo determina novo julgamento para Ana Claudia Batista, três anos após sua primeira absolvição.

Em uma decisão que reabre um dos casos mais polêmicos da justiça brasileira, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que Ana Claudia Batista retornará ao banco dos réus, três anos após ser absolvida pela morte do marido, Leandro Henrique Batista, em Ribeirão Preto. O crime, ocorrido em fevereiro de 2018, envolveu denúncias de que Ana Claudia teria sido a mandante do assassinato para garantir a quantia de R$ 725 mil de um seguro de vida.

Contexto do Crime

Leandro Henrique Batista foi morto a tiros em 16 de fevereiro de 2018, em frente a uma residência no Jardim Monte Carlo, zona oeste de Ribeirão Preto. O empresário, que na época morava em Dumont com Ana Claudia e seus cinco filhos, foi encontrado sem vida por uma testemunha que ouvira os disparos. O caso gerou grande repercussão, em parte devido ao aparente envolvimento da viúva no planejamento do assassinato.

A alegação principal contra Ana Claudia era de que ela teria orquestrado a morte do marido com a ajuda de Eder da Silva Resende, o executor do crime, que teria recebido R$ 80 mil pelo serviço. Ambos foram absolvidos em março de 2022, mas o Ministério Público, insatisfeito com o veredicto, recorreu, resultando na nova decisão de julgamento agendada para o dia 24 de novembro deste ano.

O Recurso e Novo Julgamento

No novo julgamento, tanto Ana Claudia quanto Eder se apresentarão no mesmo processo, uma mudança em relação ao primeiro julgamento, onde foram julgados separadamente. O advogado de Eder, Alexandro Faleiros, defende a inocência de seu cliente e acredita na absolvição de Ana Claudia, afirmando que os dois não se conhecem e, portanto, ela não teria motivos para contratá-lo.

A nova fase do julgamento levanta questões sobre o recebimento do seguro de vida, uma vez que, se condenada, Ana Claudia não teria direito à quantia, que permanece até o momento retida em conta judicial por conta da disputa legal.

Circunstâncias do Crime

Investigações posteriores revelaram que Ana Claudia havia se tornado a principal suspeita após a morte de Leandro, e em julho de 2019, ela se apresentou à polícia, um ano após o crime, sendo presa. O crime foi planejado, segundo as investigações, com a intenção de beneficiar-se financeiramente da apólice de seguro do falecido.

Testemunhas no local do crime afirmaram não terem visto qualquer atividade suspeita, mas uma delas, ao perceber a porta da casa aberta por muito tempo, se aproximou e encontrou Leandro já sem vida. A brutalidade do crime e a complexidade do caso geraram muito burburinho na mídia e entre especialistas do direito criminal.

Impacto e Considerações Legais

De acordo com especialistas, este novo julgamento é considerado um recurso final. A Constituição Brasileira permite que um tribunal de júri seja anulado uma única vez, e, portanto, as decisões agora são definitivas. Ricardo Rocha, advogado criminalista, comentou que, independentemente do resultado, não haverá espaço para novos recursos por nulidade de provas.

Aproximando-se da nova data do julgamento, a expectativa é alta entre a comunidade e especialmente entre os familiares das vítimas. O caso continua a ser um exemplo de como a justiça brasileira lida com crimes complexos e com as repercussões emocionais e jurídicas que estes podem causar.

Enquanto isso, o dinheiro do seguro que envolveu todo o caso permanece pendente, e Ana Claudia se vê na corda bamba, aguardando a próxima decisão judicial que pode mudar o rumo de sua vida mais uma vez.

A sociedade observa atenta, ponderando sobre o que faz de um crime um ato cavalheiresco de amor ou um crime hediondo por ambição.

Para mais detalhes e atualizações sobre esse caso e outros acontecimentos em Ribeirão Preto, acesse o portal G1 ou siga-nos nas redes sociais.

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