Brasil, 17 de agosto de 2025
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Exportações do Brasil para a Argentina crescem 53,2% neste ano

Após queda em 2024, vendas brasileiras para a Argentina se recuperam e representam alívio nas trocas comerciais diante do tariffão nos EUA

As exportações do Brasil para a Argentina tiveram um aumento de 53,2% em valor nos sete primeiros meses de 2025, revelando uma recuperação após a queda de 17,6% registrada em 2024. O movimento ocorre em meio ao impacto do tariffão anunciado pelo governo dos Estados Unidos, que afetou as trocas comerciais brasileiras com o país norte-americano.

Recuperação das vendas para a Argentina sinaliza retomada do comércio bilateral

Os US$ 10,78 bilhões vendidos pelo Brasil à Argentina até julho deste ano ainda estão abaixo dos valores registrados no mesmo período de 2023, mas representam uma retomada significativa após a crise econômica no país vizinho. Segundo especialistas, a demanda argentina por produtos brasileiros, especialmente na indústria automotiva, voltou a crescer devido à melhora na economia local e à valorização do peso frente ao dólar.

Importância dos mercados americano e argentino para a indústria brasileira

Apesar da recuperação com a Argentina, o Brasil ainda enfrenta desafios nas trocas com os Estados Unidos, principal destino das exportações brasileiras. As vendas para o mercado americano continuam concentradas em setores específicos, como automóveis, com previsão de exportação de 552 mil carros em 2025, crescimento de 38,4% em relação a 2024, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea).

Para Federico Servideo, presidente da Câmara de Comércio Argentino-Brasileira de São Paulo, a retomada da demanda argentina é positiva, embora os fatores conjunturais, como a recuperação econômica da Argentina e a valorização do peso, sejam temporários. “Os argentinos começaram a comprar mais carros,” afirma.

Perspectivas e desafios futuros

Especialistas alertam que a relação comercial entre Brasil e Argentina ainda é oportunística, baseada no crescimento econômico momentâneo e nas condições cambiais. Para fortalecer a parceria em longo prazo, é fundamental ampliar a integração das cadeias de produção, envolvendo pequenas e médias empresas, especialmente no setor automotivo, como destaca Lia Valls, pesquisadora da FGV Ibre.

O presidente da Câmara de Comércio Argentino-Brasileira enfatiza a necessidade de maior ativismo empresarial e de políticas públicas que reduzam a burocracia, como trâmites alfandegários e padrões industriais, para impulsionar uma relação mais sólida e menos dependente de fatores conjunturais.

Impactos nas vendas de outros setores e o cenário internacional

Além do setor automotivo, a retomada da economia argentina pode ajudar a reduzir perdas na venda de calçados e de máquinas e equipamentos para os Estados Unidos, que atualmente enfrenta tarifas elevadas. A fabricante alemã Netzsch também aponta que a recuperação na Argentina pode auxiliar na direção de mercados latino-americanos, compensando a baixa demanda em outros segmentos.

O fluxo de turistas argentinos para o Brasil também aumentou, refletindo a melhora na economia argentina e favorecendo o comércio varejista brasileiro. No entanto, especialistas destacam que esses fatores ainda são conjunturais e que a relação bilateral precisa de uma estratégia mais estruturada para garantir crescimento sustentável.

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