Alvo da disputa por seu apoio nas eleições estaduais de 2026, o pastor Everaldo, vice-presidente nacional do Podemos, apareceu em um vídeo em que seu filho, Felipe Pereira, presidente do diretório fluminense do partido, declarou apoio à futura candidatura do prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), ao governo do estado. A gravação, compartilhada por ambos nas redes sociais, também conta com um agradecimento de Paes pela parceria que, segundo ele, foi fundamental para sua reeleição no ano passado.
O apoio que pode influenciar as eleições de 2026
No vídeo, Paes destaca a importância do Podemos em sua vitória nas eleições de 2024. Ele menciona que o partido faz parte de seu governo, especificamente na Secretaria de Integração Metropolitana. “Estou com a turma do Podemos, meus amigos, o pastor Everaldo e o Felipe. O Podemos me ajudou na minha vitória”, diz Paes, expressando sua satisfação por estabelecer um governo amplo, que inclui diversos atores políticos do Rio de Janeiro.
Felipe Pereira, por sua vez, reforça o apoio do seu pai, chamando Paes de “o próximo governador do Rio”. Embora o tom seja leve, há um claro embate político em curso: a disputa entre o prefeito e o atual governador, Cláudio Castro, por alianças que possam garantir vantagens nas próximas eleições. Este cenário já foi explorado na newsletter do jornalista Thiago Prado, que analisou as manobras políticas do pastor Everaldo.
Fusões e desavenças no cenário político
Nos últimos meses, houve discussões sobre a possibilidade de uma fusão entre o Podemos e o PSDB, sob a liderança de Everaldo. Tal fusão visava aumentar a força política dos partidos, especialmente em um momento de declínio do PSDB, que perdeu importantes líderes e está em busca de novas estratégias. No entanto, as negociações não avançaram, em parte devido a divergências sobre a liderança da nova sigla. Enquanto o Podemos desejava indicar a presidência por quatro anos, os tucanos preferiam um rodízio a cada seis meses.
A fragilidade do PSDB é visível: além das saídas de figuras proeminentes, como os governadores Eduardo Leite e Raquel Lyra, a legenda precisa repensar suas alianças para se reerguer. Em resposta a essa situação, o partido está explorando uma nova federação, que, diferentemente da fusão, permitirá uma maior autonomia e poderá ser reavaliada após quatro anos. Atualmente, existe um acordo com o Cidadania, mas que deve ser desfeito em 2026 devido a desentendimentos regionais.
As implicações para 2026
A movimentação política envolvendo o pastor Everaldo e Eduardo Paes nas redes sociais destaca a luta pelo poder no cenário político do Rio de Janeiro, especialmente com vistas às eleições de 2026. A capacidade de Paes de consolidar alianças e obter o apoio de figuras chave, como o pastor, pode ser determinante para seu sucesso nas urnas. Ao mesmo tempo, a desmobilização do PSDB e a fraqueza de suas lideranças exigem um reposicionamento que possa atrair novos aliados e revitalizar a imagem do partido.
A confirmação do apoio de Everaldo ao prefeito reforça o potencial de uma colaboração que pode resultar em sinergias favoráveis a ambos os lados. No entanto, o cenário ainda é incerto e deverá passar por muitas reviravoltas até a aproximação das eleições. As próximas semanas e meses serão cruciais para observar como esses movimentos políticos se desenrolarão e quais estratégias serão adotadas em resposta às ações de Paes e seu grupo.
Com a política em constante transformação, o apoio de líderes comunitários e religiosos, como Pastor Everaldo, pode ter um papel decisivo nas eleições, enquanto o envolvimento das massas e das diversas correntes dentro do eleitorado deve ser rigorosamente analisado.