Brasil, 17 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Trump e cúpulas diplomáticas: erros em busca de protagonismo

Análise dos encontros de Trump com líderes globais revela um padrão de diplomacia teatral que fragiliza interesses americanos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demonstrou mais uma vez que prefere o palco às negociações efetivas durante a cúpula com Vladimir Putin, na Alaska, em agosto de 2025. Embora o cenário tenha sido cuidadosamente organizado, o resultado foi um Vladimir Putin fortalecido e uma postura americana fragilizada na arena internacional.

Diplomacia de palco: o erro de Trump

Na reunião em Joint Base Elmendorf-Richardson, Trump priorizou simbolismos e momentos fotográficos, como o tapete vermelho e o cenário de “Pursuing Peace”. No entanto, o encontro terminou sem o cessar-fogo prometido na Ucrânia, evidenciando o equívoco de tratar encontros internacionais como eventos de marketing político.

Putin saiu do encontro com o que buscava: autoridade no cenário global, fragmentação da unidade ocidental e uma plataforma para reivindicar interesses territoriais como se fossem acordos viáveis. Trump, por sua vez, afirmou que os líderes concordaram em muitos pontos, uma expressão diplomática que na prática evidenciou sua vulnerabilidade ao jogo de Putin.

Risco de simbolismos vazios na diplomacia

Ao escolher a Alaska — símbolo de força americana por sua compra histórica — Trump entregou uma vitrine ao líder russo para promover suas demandas territoriais na Ucrânia, enquanto reafirmava uma narrativa de força que não se sustentou na prática.

Essa postura lembra a cúpula de 2018 em Singapura, com Kim Jong Un, onde Trump também se deixou seduzir pela teatralidade. Ambos os encontros revelaram um padrão: o presidente tende a valorizar cenas de impacto, posições de destaque e declarações de boas intenções, ao invés de resultados concretos.

Autoritarismo e jogo de longo prazo

O especialista em política internacional, Roberto Lopes, relembra que líderes autoritários como Putin e Kim operam com estratégias de longo prazo, tendo objetivos claros e paciência para consolidá-los.

Enquanto isso, Trump parece vulnerável a essas estratégias, acreditando que a diplomacia é uma espécie de espetáculo que garante reconhecimento imediato, mas pouco contribui para a segurança e os interesses nacionais dos EUA.

Perspectivas futuras

Se essa postura persistir, a tendência é uma maior fragilidade na relação dos EUA com aliados e uma maior influência de líderes autoritários no cenário global. A experiência da Alaska demonstra que, para avanços reais, é necessário substituir a teatralidade por negociações fundamentadas em interesses e resultados concretos, não em símbolos.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes