Sam Altman, CEO da OpenAI, revelou que a empresa Merge Labs está estudando uma abordagem inovadora que combina terapia gênica com ultrassom para criar implantes cerebrais mais eficazes. O projeto visa modificar geneticamente células do cérebro para melhorar a comunicação entre cérebro e dispositivos digitais.
Modificação genética e ultrassom na interface cérebro-computador
Segundo fontes próximas à Merge Labs, a estratégia inclui alterar células cerebrais por meio de terapia gênica, enquanto um dispositivo de ultrassom seria implantado na cabeça para detectar e modular a atividade dessas células modificadas. A técnica ainda está em estágio inicial, passando por estudos de viabilidade.
“Ainda não fechamos esse acordo, mas gostaríamos de avançar”, afirmou Altman durante um jantar em São Francisco na última quinta-feira. Ele também disse que deseja obter uma resposta do ChatGPT sobre aplicações dessa tecnologia.
Concorrência e interesses no setor de interfaces cerebrais
A Merge Labs compete com Elon Musk, que lidera a Neuralink, empresa que há anos trabalha com implantes cerebrais voltados ao tratamento de doenças e aprimoramento cognitivo. Enquanto a Neuralink foca em sinais elétricos, a Merge explora o uso do ultrassom e terapia gênica.
Empresas do setor buscam desenvolver dispositivos que conectem cérebros a computadores, já proporcionando avanços como ajudar pacientes paralisados a controlarem dispositivos eletrônicos e melhorar o tratamento de condições psiquiátricas com tecnologia não invasiva.
Investimentos e perspectivas futuras
Recentemente, Altman foi indicado como investidor na Merge, que planeja levantar até US$ 250 milhões com uma avaliação de US$ 850 milhões, apoiada principalmente pela equipe da OpenAI. Ainda assim, ele afirmou que não investe pessoalmente na startup.
Pesquisadores estudam há anos o campo da sonogenética, que combina ultrassom com terapia gênica. Essa tecnologia promissora pode levar anos para se consolidar, mas resultados científicos já demonstram potencial em tratamentos cerebrais.
Contexto e potenciais aplicações
O ultrassom vem ganhando destaque como ferramenta terapêutica para distúrbios cerebrais, com empresas trabalhando em transmissores externos que estimulam o tecido cerebral. Outras startups, como a Nudge, liderada por Fred Ehrsam, buscam desenvolver capacetes de ultrassom de baixa intensidade para uso clínico.
De acordo com o Financial Times, Altman pretende levantar US$ 250 milhões com sua nova iniciativa, potencializando a disputa por liderança na área de interfaces cérebro-computador, que já conta com nomes como Elon Musk.
A OpenAI, por sua vez, mantém sigilo sobre esses projetos, enquanto o interesse de bilionários nas aplicações clínicas e cognitivas desses dispositivos cresce, refletindo uma corrida tecnológica que pode transformar o futuro da interação humano-máquina.