Brasil, 16 de agosto de 2025
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Tarifão de Trump encarece carne e preocupa consumidores brasileiros nos EUA

Aumento nos preços das carnes nos Estados Unidos, impulsionado pelo tarifão de Trump, afeta também o Brasil e gera reclamações nas redes

O expressivo aumento nos preços das carnes nos Estados Unidos, impulsionado pelo tarifão do governo de Donald Trump, vem causando preocupação entre consumidores brasileiros que vivem no país. Relatos de altas nos supermercados, como o caso de uma influenciadora na Flórida, apontam que o impacto já chegou à mesa de muitas famílias.

Impacto do tarifão na carne nos Estados Unidos e no Brasil

Segundo relatos, uma pessoa que reside na Flórida se assustou ao pagar US$ 41 por um pedaço de carne no supermercado Publix. Uma outra, em Nova Iorque, mostrou que uma bandeja com quatro pedaços de costela, que custava US$ 9 há um mês, passou a custar US$ 17,47. A alta, não se limita à inflação, mas está diretamente relacionada às tarifas aplicadas às exportações brasileiras para os EUA.

Dados da DatamarNews revelam que, entre abril e julho de 2025, as exportações brasileiras de carne bovina para os Estados Unidos despencaram 80%, passando de 47,8 mil toneladas para apenas 9,7 mil toneladas. A redução ocorre devido a tarifas de até 76,4% sobre a carne brasileira que excede a cota anual de 65.005 toneladas livres de imposto, conforme a United Press International.

Repercussões no mercado global de carne

Antes do tarifão, a demanda americana por carne brasileira estava aquecida, com exportações de 48 mil toneladas em abril, mesmo com tarifas de 10%. Em julho, o volume caiu drasticamente, levando importadores americanos a buscar fornecedores em países como Argentina, Uruguai e Paraguai. Paralelamente, o preço médio pago pelos importadores subiu de US$ 5.200 para US$ 5.850 por tonelada no mesmo período.

Curiosamente, apesar da redução nas exportações para os EUA, o Brasil registrou um recorde de exportação de carne bovina, totalizando 276,9 mil toneladas em julho, aumento de 17% em relação ao mesmo mês de 2024, com a China como principal destino.

Analistas destacam o impacto das tarifas no mercado interno e externo

Para o professor de Ciências Econômicas da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Hugo Garbe, as tarifas americanas influenciam o mercado brasileiro de forma indireta e abrangente. “O tarifão do governo Trump reconfigura os fluxos comerciais globais, tornando a carne brasileira mais competitiva em mercados onde a demanda aumenta, o que eleva os preços internos”, explica. Garbe ressalta que há uma relação direta entre alta de demanda externa e o encarecimento da carne no Brasil, especialmente em períodos de menor oferta ou câmbio depreciado.

Possíveis soluções para estabilizar o mercado

Para evitar que a alta da carne prejudique o consumidor brasileiro, o economista sugere medidas temporárias, como a redução transitória de tarifas de importação para cortes populares, uso de estoques reguladores de grãos, desoneração temporária de tributos e aumento da transparência na cadeia produtiva. Além disso, recomenda a criação de linhas de crédito e a implementação de quotas de exportação pontuais.

“Essas ações buscam equilibrar a competitividade externa sem prejudicar o consumidor doméstico, que acaba arcando com os custos das mudanças no comércio internacional”, conclui Garbe. Enquanto se discutem novas políticas, consumidores no Brasil e nos EUA enfrentam carne cada vez mais cara, tornando o churrasco de domingo um item de luxo.

Para mais informações, acesse a matéria completa no site do iG Economia.

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