O caso trágico que abalou a pequena comunidade de Campos Lindos, no Tocantins, volta à tona após o caminhoneiro Jefferson Alves Vera se tornar réu por homicídio culposo. O Ministério Público do Estado do Tocantins (MPTO) aceitou a denúncia, que resulta de um acidente automobilístico ocorrido em fevereiro de 2022 na rodovia TO-030, próximo a Barra do Ouro, e que culminou na morte de seis pessoas.
O acidente e suas consequências trágicas
Na fatídica manhã de fevereiro, o veículo que transportava os pacientes se dirigia a Araguaína para tratamento de saúde. Na direção estava Nildon Eugênio Berlanda, que, juntamente com as pacientes Reginalda dos Santos Abreu e Lucilene Dias dos Santos, além das acompanhantes Ana Célia Pereira e Luzia Maria dos Santos — que carregava sua filha bebê Valentina Maria dos Santos —, acabou se envolvendo em um grave acidente.
Imagens da cena indicam que a visibilidade estava comprometida devido a um denso nevoeiro, o que, somado à velocidade excessiva e à direção na contramão do caminhão, contribuiu para a tragédia. O caminhão, dirigido por Jefferson, colidiu com o carro da Secretaria de Saúde de Campos Lindos, que ficou completamente destruído.
O impacto na comunidade e a busca por justiça
A dor pela perda dos entes queridos ainda está fresca na memória dos familiares e amigos das vítimas. Henrique Berlanda, filho de Nildon, compartilha a dor imensurável que a família sente. “Ele estava tentando salvar vidas, como fez a vida toda”, expressou Henrique, ressaltando a boa índole do pai, conhecido por sua dedicação ao cuidar dos pacientes. “Toda a sociedade de Campos Lindos concorda que ele sempre foi uma pessoa de boa índole, dedicou sua vida ao próximo”, lamentou.
O MPTO argumentou que o caminhoneiro estava dirigindo de forma irresponsável, o que resultou nas mortes. A denúncia solicita que Jefferson Alves Vera seja responsabilizado por homicídio culposo, além de requerer uma indenização de no mínimo R$ 300 mil para cada uma das famílias das vítimas. Além disso, um processo separado está em trâmite contra a empresa responsável pelo caminhão, buscando reparação e indenização pelos danos causados.
A espera por justiça
Após um longo período desde a tragédia, a expectativa de que a justiça seja feita traz um pouco de conforto para os familiares. “Nada trará as vítimas de volta, mas a sensação de impunidade é frustrante”, comentou Henrique. “Esperamos que as responsabilidades sejam atribuídas corretamente”.
A mensagem é clara: a dor causada pela perda ainda é intensa e a espera por justiça se arrasta, mas as famílias se mantêm firmes na busca por responsabilizações adequadas. Com o processo judicial avançando e a denúncia acatada, há esperança de que os autores da tragédia enfrentem as consequências de suas ações.
Na comunidade de Campos Lindos, a memória dos que partiram permanece viva, e a luta por justiça é um compromisso que todos compartilham. O caso serve de alerta sobre a importância da responsabilidade no trânsito, especialmente em estradas cujo estado e visibilidade podem ser comprometidos.
Além de ser um reflexo da dor de muitos, esta situação ressalta a necessidade de educação no trânsito e a conscientização sobre a segurança, para que tragédias como esta não voltem a acontecer. Enquanto o julgamento não chega, a memória dos seis corações que pararam de bater em uma manhã nebulosa se manterá como um símbolo de amor e sacrifício.
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