No último dia 14, a Universidade Federal do Piauí (UFPI) recebeu uma mesa de debate crucial dedicada ao enfrentamento da violência contra a mulher, evento promovido durante a Acolhida Cultural 2025.2 para novos alunos. A discussão contou com a presença da secretária das Mulheres do Piauí, Zenaide Lustosa, e de diversas personalidades, como a professora Marli Clementino Gonçalves, a coronel Elizete Lima, superintendente de Cidadania e Defesa Social da Secretaria de Segurança Pública, a delegada Lucivânia Vidal, titular da Delegacia da Casa da Mulher Brasileira, além de Dara Neto, representante do Movimento de Mulheres Olga Benário da UFPI.
A importância do diálogo entre instituições
Em seu pronunciamento, Zenaide Lustosa enfatizou a necessidade de unir esforços entre o governo, a academia e os movimentos sociais para promover políticas eficazes no combate à violência de gênero. “A UFPI tem implementado iniciativas significativas e hoje discutimos com professores, alunos e representantes sociais sobre os desafios na implementação e interiorização da Lei Maria da Penha. Pequenos gestos, como evitar a linguagem sexista, já podem contribuir para desconstruir o machismo estrutural que perpetua a violência contra as mulheres”, disse a secretária.

A educação como ferramenta de mudança
Durante o evento, Zenaide também sublinhou a relevância da educação na luta contra a violência. “As instituições precisam estar preparadas para acolher meninas e mulheres que são vítimas de violência. Um exemplo disso é a criação da Sala Lilás de acolhimento na UFPI, resultado de uma parceria com o Governo do Estado. Além disso, estamos desenvolvendo, em colaboração com o Governo Federal, uma Cuidoteca, que permitirá que mães estudantes tenham um lugar seguro para deixar seus filhos enquanto assistem às aulas”, afirmou.

Mobilização estudantil e segurança na universidade
Dara Neto, estudante e membro do Movimento de Mulheres Olga Benário Piauí, destacou a importância da mobilização estudantil para garantir a segurança e a permanência de mulheres na universidade. “Hoje foi um momento importante para debater o enfrentamento à violência de gênero aqui na UFPI. Nós, estudantes, enfrentamos diversas situações de violência e é gratificante ver a universidade se mobilizando para criar mecanismos que salvem vidas. Este é um resultado das lutas que acumulamos nos últimos anos”, afirmou Dara.

O debate promovido pela UFPI e a participação ativa da comunidade acadêmica revelam um compromisso em transformar a universidade em um espaço mais seguro e inclusivo, refletindo a urgência da discussão sobre a violência contra a mulher no contexto brasileiro.