Brasil, 15 de agosto de 2025
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Economia chinesa desacelera em julho com queda na indústria e varejo

A economia da China desacelerou em julho, com indicadores de produção, vendas e investimentos decepcionando, refletindo o impacto das tarifas de Donald Trump

A economia da China apresentou sinal de enfraquecimento em julho, com três dos principais setores — industrial, investimentos e varejo — mostrando menores taxas de crescimento, conforme dados divulgados nesta sexta-feira pelo Escritório Nacional de Estatísticas. Esses resultados indicam que as tarifas impostas pelos Estados Unidos podem estar lançando uma sombra sobre a segunda maior economia mundial.

Indicadores econômicos de julho revelam desaceleração

A produção industrial cresceu 5,7% no mês passado, na comparação anual, a menor alta desde novembro de 2024, e abaixo das previsões do mercado, que estimavam uma expansão de 6,5%. Em junho, o crescimento havia sido de 6,8%, sinalizando uma recuperação mais tímida do setor manufatureiro.

As vendas no varejo também tiveram desempenho mais fraco, com avanço de apenas 3,7% em julho, o menor neste ano e abaixo dos 4,8% de junho. Já os investimentos em ativos fixos ficaram em 1,6% nos primeiros sete meses de 2025, indicando uma desaceleração, agravada pela contração do setor imobiliário. Além disso, a taxa de desemprego urbano atingiu 5,2%, superando as expectativas.

Razões por trás da desaceleração

Segundo analistas, os indicadores sugerem que a eficácia das tarifas impostas pelos Estados Unidos vem influenciando a atividade econômica na China. Homin Lee, estrategista macro sênior da Lombard Odier em Cingapura, afirmou que a perda de dinamismo tanto na demanda quanto na oferta exige um ajuste na política fiscal do país no meio do ano.

Embora o governo chinês tenha adotado uma postura de esperar para verificar os efeitos de estímulos fiscais recentes, o crescimento mais lento reforça a necessidade de medidas adicionais para sustentar o ritmo de expansão.

Iniciativas chinesas e o cenário global

Na semana, a chinesa GWM, uma das maiores fabricantes de veículos elétricos do país, anunciou um investimento de R$ 10 bilhões na produção de carros elétricos no Brasil, sinalizando a busca por mercados internacionais. Mais detalhes aqui.

Apesar das dificuldades, o Escritório Nacional de Estatísticas destacou que a economia chinesa conseguiu superar fatores negativos, incluindo condições climáticas extremas, que prejudicaram a produção e o consumo em diversas regiões. “A economia da China superou fatores negativos, mantendo o progresso com estabilidade”, declarou o órgão em comunicado. No entanto, reconheceu que o país ainda enfrenta riscos e desafios.

Perspectivas e políticas de estímulo

Analistas, como Jacqueline Rong, economista-chefe do BNP Paribas, avaliam que se os dados de agosto continuarem mais fracos do que o previsto, o governo pode intensificar as medidas de estímulo no final do terceiro trimestre para evitar uma desaceleração mais acentuada.

Por outro lado, as autoridades também estão focadas em conter a concorrência predatória entre empresas, o que, segundo especialistas, pode limitar o impacto de políticas de estímulo no curto prazo. O objetivo é equilibrar o crescimento econômico com a estabilidade do mercado.

Impacto das políticas comerciais de Trump

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Japão, por sua vez, surpreendeu positivamente, avançando 1% no período de abril a junho — mais do que as estimativas de 0,4%. Como consequência, o Banco do Japão deve relevar novamente a sua taxa básica de juros ainda este ano, diante do bom desempenho econômico do país.

Em contraste, a economia do Japão foi afetada pelo impacto das tarifas impostas pelo governo Trump, que elevou taxas sobre automóveis e aço em 2025. O PIB anualizado do país, porém, conseguiu se recuperar de uma contração inicial, impulsionado pelo aumento nos investimentos empresariais e no consumo privado. Veja a matéria completa.

Conclusão: desafios e incertezas globais

Embora haja sinais de recuperação em alguns países, a incerteza continua predominante no cenário global, especialmente devido às políticas comerciais de Trump e às tensões entre as maiores economias. A China permanece vigilante e pode precisar de novas estratégias de estímulo para sustentar seu crescimento diante de um ambiente externo cada vez mais desafiador.

Fonte: O Globo Economia

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