Brasil, 15 de agosto de 2025
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Mini reatores nucleares na mina de Idaho apontam para inovação em energia limpa

Uma mina de ouro em Idaho pode se tornar o primeiro projeto a testar minirreatores nucleares portáteis, promissora alternativa de energia limpa

A última mina de ouro de rocha dura em operação no extremo norte de Idaho está prestes a se transformar em um laboratório para uma tecnologia emergente: os minirreatores nucleares. A empresa Idaho Strategic Resources planeja usar esses pequenos reatores, do tamanho de um contêiner, capazes de fornecer energia suficiente para alimentar as máquinas da mina, em uma iniciativa que pode revolucionar o setor de energia limpa.

Reatores portáteis e seguros para mineração e outros usos

Projetados para gerar até 1 megawatt, esses minirreatores utilizam sistemas de resfriamento a gás hélio, sal fundido ou metais alcalinos, dispensando o uso de água, e são alimentados por um tipo de urânio considerado “à prova de fusão” pelo Departamento de Energia dos EUA. Segundo o jornal The Washington Post, o governo americano aposta na tecnologia como alternativa limpa, de demanda sob controle, para reduzir a dependência de fontes poluentes.

Ao contrário dos grandes reatores nucleares tradicionais, esses mini sistemas não possuem torres de resfriamento ou complexas estruturas de concreto. A ideia é fabricar unidades compactas que possam ser transportadas em caminhões, facilitando sua instalação em locais isolados ou de difícil acesso com linhas de transmissão.

Desafios e preocupações com os riscos

Entretanto, especialistas alertam para os riscos associados ao uso dessas unidades móveis. Ed Lyman, diretor de segurança de energia nuclear da Union of Concerned Scientists, afirma que “a ideia de transportar esses materiais por todo o país, instalando-os próximas a áreas populosas sem um planejamento de emergência, é simplesmente uma loucura”.

Questões como o descarte seguro do lixo nuclear, a escassez de urânio enriquecido de alta qualidade — atualmente ausente nos EUA — e as dificuldades de armazenamento em locais como Wyoming enfrentam resistência local e geram dúvidas sobre a viabilidade a longo prazo da tecnologia.

No entanto, empresas como a Radiant, na Califórnia, já firmaram acordos para fornecer unidades móveis abastecidas a cada cinco anos, com a promessa de recolher o material nuclear usado. A primeira instalação aliada à mina de Idaho deve ser instalada antes de expandir para áreas remotas onde substituiria usinas a diesel ou linhas de transmissão.

Perspectivas futuras e testes regulaórios

No Laboratório Nacional de Idaho, até três modelos de minirreatores devem passar por testes a partir do próximo ano, etapa crucial antes da aprovação regulatória. Entre os investidores do setor, estão gigantes como Westinghouse e BWXT — tradicional fornecedora de reatores para a Marinha dos Estados Unidos — que veem na tecnologia uma solução segura e eficiente para ampliar a geração de energia limpa.

Embora promissora, a tecnologia TRISO, que encapsula urânio em minúsculas esferas revestidas por materiais resistentes ao calor extremo, ainda enfrenta críticas relativas aos riscos de falhas graves, que, segundo cientistas, não foram completamente testadas em cenários de emergência.

Se aprovada, essa inovação pode abrir caminho para uma nova geração de energia portátil, segura e de baixo impacto ambiental, especialmente em regiões de difícil acesso ou fora do alcance das redes tradicionais.

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