Brasil, 15 de agosto de 2025
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Azul Linhas Aéreas registra lucro de R$ 1,29 bi no 2º trimestre de 2025

Mesmo com recuperação judicial nos EUA, Azul consegue reverter prejuízo e registrar lucro líquido, impulsionada por aumento de receita

A Azul Linhas Aéreas reportou lucro líquido de R$ 1,29 bilhão no segundo trimestre de 2025, revertendo o prejuízo de R$ 3,5 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior. A receita operacional da companhia atingiu R$ 4,9 bilhões, um aumento de 18% em comparação ao segundo trimestre de 2024, impulsionada pela retomada nas operações e maior demanda dos passageiros.

Desempenho ajustado e recuperação judicial

Em termos ajustados, a Azul apresentou prejuízo líquido de R$ 475,8 milhões, uma redução de 29% em relação às perdas de R$ 669,7 milhões do mesmo período de 2024. O EBITDA (Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) foi de R$ 1,1 bilhão, crescimento de 8,6% na comparação anual, refletindo a melhora na gestão financeira da companhia.

A companhia, que passa por uma recuperação judicial nos Estados Unidos desde maio, anunciou que o processo visa manter o fluxo de caixa. Segundo o CEO John Rodgerson, o Chapter 11 “vai aumentar e muito a geração de caixa” da empresa, que busca reestruturar suas finanças por meio de US$ 1,6 bilhão em financiamentos e até US$ 950 milhões em aportes de capital.

Reestruturação e cortes de rotas

Recentemente, a Azul deixou de operar em 14 cidades brasileiras, incluindo 13 com voos exclusivamente de passageiros, em uma tentativa de reduzir custos e otimizar sua malha aérea. Rodgerson explicou que alguns desses encerramentos serão sazonais, com possibilidades de reabertura em períodos futuros.

Além disso, a companhia obteve aprovação judicial para um acordo com a AerCap que pode gerar mais de US$ 1 bilhão em economia, por meio da rejeição de contratos de arrendamento de aeronaves, contribuindo para fortalecer sua liquidez.

Desafios internos e perspectivas

Um dos principais obstáculos enfrentados pela Azul é a “judicialização excessiva”, segundo Fabio Campos, vice-presidente institucional da companhia, que aponta os processos judiciais como um fator decisivo na sustentabilidade de suas operações em determinadas cidades. Dados da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (ABEAR) indicam que entre 2020 e 2023, o número de processos contra companhias aéreas cresceu em média 60%.

O CEO Rodgerson destacou que a expectativa é de que o processo de reestruturação avance rapidamente, com o planejamento de apresentar um plano completo de reorganização ao tribunal nos próximos meses. Em paralelo, a Azul mantém o foco na expansão, sinalizando possíveis investimentos em Porto Alegre.

Contexto e movimentações do setor

Na reunião com o Ministério da Fazenda nesta semana, representantes de Gol, Latam e Azul irão discutir temas como a judicialização, dificuldades de obtenção de crédito e o impacto de tarifas internacionais. O governo também anunciou que o crédito de R$ 4 bilhões, aprovado em 2024 para ajudar as companhias aéreas, deve começar a ser liberado até o fim de setembro, com condições variando de acordo com a participação de mercado das empresas.

O cenário mostra uma recuperação gradual do setor aéreo, mesmo diante de obstáculos jurídicos e econômicos, com a Azul buscando consolidar seu crescimento após o difícil período de perdas financeiras e reestruturação.

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