O Banco do Brasil anunciou nesta quinta-feira (14) que seu lucro ajustado no segundo trimestre caiu 60% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando R$ 3,8 bilhões (US$ 701 milhões). A instituição também reduziu a taxa de pagamento de dividendos de 40-45% para 30%, a primeira queda em cinco anos.
Impacto das novas regras contábeis e aumento de provisões
As provisões para perdas com crédito dispararam 104%, atingindo R$ 15,9 bilhões, refletindo as mudanças nas políticas contábeis obrigatórias que entraram em vigor em janeiro. Essas mudanças exigem que os bancos adotem critérios mais rigorosos na contabilização de créditos e deixem de reconhecer juros de empréstimos de baixa qualidade. Segundo o banco, a carteira de agronegócio foi especialmente afetada, devido ao aumento de pedidos de falência de produtores rurais.
Revisão na projeção de lucro para 2024
O Banco do Brasil voltou a lançar sua previsão de lucro para 2024, após tê-la retirado em maio devido à deterioração dos índices de inadimplência no setor agrícola. Na ocasião, as ações tiveram uma queda de 13%, o maior declínio em mais de cinco anos. Agora, o banco prevê uma redução de pelo menos 34% no lucro anual em comparação com 2024.
Performance do setor bancário e perspectivas futuras
Dados preliminares do Banco Central indicaram uma piora no cenário do setor bancário, alimentando expectativas de resultados inferiores às already modestas perspectivas. As ações do Banco do Brasil, liderado pela CEO Tarciana Medeiros, acumularam uma queda de 17,9% neste ano, após uma baixa de 13% em 2024.
Declarações da CEO e ajustes para 2025
“2025 é um ano de ajuste, antes da retomada do crescimento”, afirmou Medeiros em comunicado oficial. Ela destacou que as mudanças fazem parte de uma estratégia de estabilização financeira antes de um eventual crescimento sustentável.
Considerações finais
As dificuldades financeiras refletem o cenário desafiador enfrentado pelo setor bancário, especialmente no agronegócio, essencial para o desempenho do banco. Analistas avaliam que as medidas de ajuste e a melhora na gestão serão fundamentais para a recuperação do Banco do Brasil nos próximos anos. A valorização das ações segue pressionada, com queda de quase 18% neste ano, afetando investidores e o orçamento da União, que depende dos dividendos pagos pela instituição, na medida em que ela é controlada pelo governo federal.
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