Na próxima terça-feira, 14 de agosto, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, do partido Novo, dará um importante passo em sua trajetória política com o lançamento de sua pré-candidatura à presidência do Brasil. Em um evento programado para São Paulo, Zema se une a outros líderes estaduais da direita que aspiram a desafiar o presidente Lula nas eleições de 2026, reafirmando sua intenção de ser uma alternativa viável aos candidatos tradicionais.
A estratégia de comunicação de Zema
O discurso que será apresentado por Zema busca evidenciar sua experiência empresarial como um diferencial. Ex-presidente do grupo Zema, fundado por seu bisavô, ele pretende mostrar sua trajetória de vida, enfatizando sua ascensão de um empresário de sucesso para um potencial líder nacional. O governador, que possui um perfil considerado outsider, argumenta que sua vivência no setor privado lhe confere uma perspectiva única para governar.
“Não sou um político de carteirinha. Passei 40 anos no setor privado”, afirma Zema, ressaltando que ser subestimado por parte do eleitorado tem a ver com a falta de reconhecimento. De acordo com pesquisas recentes, cerca de 60% dos cidadãos ainda não conhecem sua figura.
Táticas de campanha e influência externa
Para aprimorar sua comunicação política, Zema conta com o apoio do marqueteiro Renato Pereira. Em busca de inspiração, Pereira tem olhado para a Bolívia e sua eleição recente, onde o candidato de centro-direita Samuel Doria Medina obteve sucesso com um discurso simples e um slogan marcante. Zema, por sua vez, deve adotar uma retórica que repercute na segurança pública, propondo medidas drásticas, como a classificação de facções criminosas como organizações terroristas, seguindo estratégias já testadas por líderes conservadores, como o presidente de El Salvador, Nayib Bukele.
O posicionamento econômico e suas polêmicas
Em termos econômicos, Zema se apresenta como um candidato ultraliberal, buscando validar sua candidatura através de uma agenda centrada em cortes de gastos e privatizações. Recentemente, ele se reuniu com economistas influentes para discutir propostas que poderiam ser incorporadas a um futuro programa de governo.
No entanto, suas declarações sobre segurança e economia nem sempre têm sido bem recebidas. Durante uma entrevista, o governador fez declarações infelizes comparando moradores de rua a carros em locais proibidos, uma fala que foi criticada e utilizada por seus opositores para afirmar que a oposição à Lula não está alinhada com as questões sociais.
Desafios e alianças no cenário político
Enquanto Zema se prepara para seu lançamento oficial, ele também busca garantir apoio entre outras lideranças da direita. Recentemente, ele se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que também vê a necessidade de candidatos variados da direita para o próximo pleito. “Bolsonaro me disse que a diversidade de candidatos é boa, mas que devemos unir forças no segundo turno”, comentou Zema, já visualizando um cenário onde ele pode emergir como um dos protagonistas.
Ainda há incerteza sobre quem mais competirá com Zema entre as figuras políticas da direita, com ele mesmo mencionando que alguns de seus colegas poderiam optar por candidaturas ao Senado. Em sua visão, sua candidatura ao Planalto é irrevogável enquanto se movimenta entre os bastidores da política para consolidar seu apoio.
O futuro e as perspectivas de Zema
O que se vê é uma movimentação intensa em torno do nome de Zema, que tem se provado astuto em se posicionar no cenário político como um candidato a ser observado. No entanto, ele precisa não apenas construir seu perfil como outsider, mas também esclarecer suas propostas e garantir que suas mensagens ressoem de forma positiva com o eleitorado, especialmente em um país tão diverso e afetado por questões sociais complexas.
A história política do Brasil é marcada por reviravoltas, e a pré-candidatura de Zema promete trazer mais uma nova dinâmica a este cenário. Como ele conseguirá equilibrar a imagem de um outsider com as complexidades e as realidades tanto da política quanto das questões sociais brasileiras será um desafio crucial para sua ascensão nas eleições de 2026.
