A pesquisa divulgada pela Atlas e Bloomberg nesta quinta-feira, intitulada “Confiança no judiciário e imagem dos ministros do STF”, aponta dados reveladores sobre como os brasileiros percebem a atuação dos ministros do Supremo Tribunal Federal. O estudo, que entrevistou 2.447 pessoas entre 3 e 6 de agosto, revela que a confiança cidadã no judiciário está dividida, refletindo um momento de tensões políticas e judiciais no país.
A imagem dos ministros do STF
Quando questionados sobre a impressão que têm dos ministros do STF, os entrevistados mostraram opiniões polarizadas. No caso de Alexandre de Moraes, o relator da investigação sobre a trama golpista, 49% dos participantes afirmaram ter uma imagem positiva dele, enquanto 51% o veem de forma negativa. Essa divisão revela as controvérsias em torno da sua atuação como um dos principais figuras judiciais do país.
Ranking da imagem dos ministros
Alexandre de Moraes, apesar de sua avaliação negativa, se destaca como o ministro com a “melhor imagem” entre seus pares, seguido pela ministra Cármen Lúcia e o ministro Flávio Dino, ambos com 46% de avaliações positivas. Outros ministros, como Cristiano Zanin e André Mendonça, apresentam índices de aprovação mais baixos, com 41% e 37%, respectivamente. Por outro lado, o atual presidente do STF, Roberto Barroso, possui apenas 36% de avaliações positivas.
Em contrapartida, os dados relativos à imagem negativa revelam uma maior desaprovação. Gilmar Mendes é visto de maneira desfavorável por 56% dos indivíduos entrevistados, enquanto Barroso alcança 53% de avaliações negativas, seguido por Moraes, Flávio Dino e Dias Toffoli, ambos com 50% de desaprovação.
A confiança no judiciário e a percepção de competência
Além das opiniões sobre a imagem dos ministros, a pesquisa também investigou a confiança da população no STF. Os resultados mostram que 51,3% dos brasileiros não confiam na Corte, em comparação a 48,5% que afirmam confiar. Isso demonstra um ceticismo significativo em relação à capacidade da instituição de atuar com imparcialidade e competência.
Aliás, 51,1% da população acredita que a maioria dos ministros não demonstra a necessária competência e imparcialidade em seus julgamentos. Em contrapartida, 47,9% divergem desse pensamento, acreditando que os ministros estão exercendo suas funções de maneira adequada.
Percepção de uma ‘ditadura do judiciário’
Outro ponto importante levantado pela pesquisa é a visão de que o país está sob uma “ditadura do judiciário”. Para 45,4% dos brasileiros, essa afirmação é verdadeira, enquanto 43,3% acredita que o poder judiciário está cumprindo corretamente seu papel. Essa percepção pode ser um reflexo das tensões políticas atuais, onde o judiciário tem sido frequentemente criticado ou defendido, dependendo do contexto.
Comparativo com pesquisas anteriores
As respostas da última pesquisa mostram uma mudança significativa em relação ao levantamento anterior, feito em fevereiro de 2024. Na época, apenas 20,9% da população acreditava que o judiciário estava funcionando corretamente, enquanto 47,3% consideravam que o Brasil vivia sob uma ditadura judicial. Essa comparação indica uma leve melhora na percepção da população sobre a atuação do judiciário.
Com os ministros do STF à frente de casos sensíveis e polarizadores, os dados indicam que a opinião pública ainda está se moldando, refletindo as complexidades da política brasileira. O reflexo dessa pesquisa poderá influenciar como a sociedade interage com o judiciário e como os ministros do STF são percebidos em futuros desdobramentos judiciais e políticos.
Os desafios permanecem e, assim, a confiança e a imagem dos ministros continuam a ser fundamentais para a integridade do sistema judiciário no Brasil.