Brasil, 15 de agosto de 2025
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Esquema de corrupção em São Bernardo: mensagens em código revelam detalhes

A Polícia Federal investiga um sofisticado esquema de corrupção no ABC Paulista, envolvendo o prefeito e seu auxiliar legislativo.

A Polícia Federal (PF) revelou detalhes alarmantes sobre um esquema de corrupção em São Bernardo do Campo, envolvendo o prefeito Marcelo Lima, do Podemos, e seu auxiliar, Paulo Iran Paulino Costa. As investigações, que culminaram na operação Estafeta, expuseram o uso de linguagem cifrada e celulares clandestinos para encobrir práticas de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos.

A operação Estafeta e suas consequências

Nesta quinta-feira, a PF cumpriu 20 mandados de busca e apreensão na região do ABC Paulista, incluindo São Bernardo, Santo André, Mauá e Diadema. A ação resultou na apreensão de R$ 14 milhões em espécie e no afastamento do prefeito Marcelo Lima de suas funções por um ano. Durante as investigações, a polícia identificou que Costa era o responsável por uma extensa rede financeira, controlando milhões de reais provenientes de contratos da prefeitura relacionados a serviços de coleta de resíduos, engenharia, informática e saúde.

Mensagens cifradas e estratégias de ocultação

Com a intenção de driblar as investigações, o auxiliar Paulo Iran e Antônio Rene da Silva, servidor da prefeitura, mantinham dois celulares: um para assuntos comuns e outro para comunicações sensíveis. Em mensagens trocadas, os envolvidos utilizavam termos cifrados como “os americanos” para se referir a dólares e “figurinhas” para dinheiro. Além disso, eles adotaram estratégias para evitar a identificação, muitas vezes evitando se chamar pelo nome e utilizando apelidos.

Benefícios pessoais e gastos suspeitos

Os diálogos entre Lima e Costa revelaram que dinheiro desviado estava sendo utilizado para cobrir despesas pessoais do prefeito, incluindo mensalidades de faculdade, cartões de crédito e até viagens. Essas transações foram detalhadas em anotações de Costa, que, segundo a PF, atuava como contador informal das finanças do prefeito. A equipe da investigação também notou que em algumas ocasiões foram realizadas transações através da conta da companheira de Iran, demonstrando a tentativa de mascarar a procedência do dinheiro.

O envolvimento do empresário Luís Roberto Peralta

Outro ator fundamental no esquema foi o empresário Luís Roberto Peralta, que estava ligado a contratos firmados com a prefeitura. Conversas entre Costa e Lima indicam que estes estavam discutindo pagamentos que seriam efetuados por Peralta, que recebeu a referência “Beto” nas comunicações. Tais interações não apenas confirmam a relação direta entre o poder público e a iniciativa privada, mas também levantam sérias questões sobre a integridade do processo contratual.

A resposta do governo e as implicações futuras

Após as investigações e a operação, a vice-prefeita Jéssica Cormick assumiu o comando da cidade, enquanto Lima foi instruído a usar uma tornozeleira eletrônica durante seu afastamento. O deputado estadual Rodrigo Moraes, que empregava Paulo Iran em seu gabinete, também se manifestou e pediu a exoneração imediatamente ao tomar conhecimento das alegações. “No meu mandato, não aceito qualquer suspeita de corrupção ou conduta indevida”, afirmou Moraes.

Os desdobramentos legais da operação

De acordo com as informações levantadas, os integrantes do esquema enfrentarão acusações graves, que incluem organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ativa. Com as investigações ainda em andamento, a PF busca aprofundar a elucidação das práticas irregulares e garantir que os responsáveis sejam punidos adequadamente.

A continuidade do trabalho investigativo promete revelar mais intricados detalhes sobre um dos esquemas de corrupção mais alarmantes da região, refletindo uma preocupação em torno da governança e da confiança no sistema político.

Conclusão sobre a situação em São Bernardo do Campo

A operação Estafeta, com seus desdobramentos e implicações, serviu como um alerta sobre os níveis de corrupção e a necessidade de maior transparência nas administrações públicas. O impacto das decisões do sistema judicial e as respostas políticas diante desse escândalo continuarão a ser observados com grande interesse pela população e pelas autoridades competentes.

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