Em meio a um processo de extradição que vem gerando grandes repercussões, a deputada Zambelli enfrenta sérios problemas de saúde, segundo seu advogado, Pagnozzi. Em entrevista à Jovem Pan nesta quinta-feira, ele revelou que Zambelli está em greve de fome e se encontra debilitada. Além disso, a parlamentar luta contra diversas condições médicas que complicam ainda mais sua situação na prisão.
Saúde debilitada e greve de fome
No relato, Pagnozzi destacou que a deputada apresenta sintomas significativos, incluindo fibromialgia, que se traduz em dores generalizadas por todo o corpo, e depressão. Essas condições têm gerado preocupações sobre o bem-estar de Zambelli, especialmente durante um momento tão crítico como o seu julgamento. A greve de fome é uma desesperada tentativa de chamar a atenção para sua situação, mas também coloca em risco sua saúde física devido à privação alimentar.
Audiências e desafios na extradição
O advogado também mencionou uma peculiaridade na audiência recente, na qual um advogado designado pelo governo brasileiro esteve presente. Esse profissional atuou no interesse da extradição da deputada, criando um cenário complexo que poderá influenciar o resultado do processo. A audiência foi adiada e, segundo informações da embaixada do Brasil na Itália, está marcada para ser retomada no dia 27 de agosto.
Argumentos de defesa e o papel das doenças
Durante a audiência, a defesa de Zambelli indicou que irá apresentar uma lista detalhada de suas condições médicas, incluindo a fibromialgia e a depressão, como um dos principais argumentos para solicitar a sua libertação ou a conversão da prisão em regime domiciliar. Essa estratégia visa convencer o juiz a considerar a situação de saúde da deputada, que já se declarou vítima de perseguição política e expressou o desejo de enfrentar um novo julgamento na Itália, onde possui dupla cidadania.
Condenações e processo de extradição
Zambelli foi condenada por falsidade ideológica e invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), recebendo uma pena de dez anos de prisão. Apesar do tratado bilateral que prevê a possibilidade de extradição entre Brasil e Itália, especialistas do Judiciário alertam que o processo pode ser longo, levando entre um ano e meio a dois anos para ser concluído. A decisão não depende apenas do sistema judiciário, mas também considera as circunstâncias políticas do governo italiano, liderado pela direita sob Giorgia Meloni.
Considerações políticas sobre a extradição
A atual administração de Giorgia Meloni, que tem alinhamentos ideológicos com a base de Zambelli, pode influenciar a postura do governo italiano em relação ao pedido de extradição. Por pesar sobre a questão política, a extradição pode enfrentar resistência, mesmo com uma decisão judicial favorável. A complexidade do caso ressalta a intersecção entre direito e política em réus que enfrentam acusações de natureza política, destacando a necessidade de atenção a cada detalhe do processo.
Enquanto Zambelli aguarda a próxima audiência e enfrenta dificuldades significativas, seu advogado e aliados continuam a lutar por sua libertação, bolando estratégias que levem em conta seu estado de saúde e as implicações políticas envolvidas. O desfecho dessa questão será acompanhado de perto pela mídia e pelo público, em um momento em que a política brasileira e italiana caminha lado a lado em uma intrincada teia de julgamentos e decisões.
Com a data da próxima audiência se aproximando, a defesa da deputada continua em busca de argumentos que melhorem suas chances de obter uma decisão favorável. A expectativa é grande, e as implicações deste caso podem reverberar nos âmbitos político e judicial de ambos os países.
