Em uma coletiva de imprensa realizada na quinta-feira (14), o procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Antônio José Campos Moreira, ressaltou a necessidade urgente do remanejamento dos policiais militares do 39º Batalhão de Polícia Militar (BPM), localizado em Belford Roxo. Esta declaração vem na esteira da prisão de mais dez policiais na terceira fase da Operação Patrinus, que investiga um esquema de cobrança de propinas envolvendo comerciantes e milicianos na Baixada Fluminense.
A situação alarmante no 39º BPM
Antônio José Campos Moreira expressou sua preocupação com a situação atual da unidade policial, que já havia enfrentado gravíssimas acusações. Apenas no mês passado, uma operação do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (GAESP) resultou na prisão de outros 11 policiais militares na região. O procurador afirmou: “Esse remanejamento é uma questão interna da polícia. Mas eu acredito que esse remanejamento, a partir do comando, é algo absolutamente indispensável.” Ele enfatizou que em menos de um mês, mais de 20 policiais foram presos, o que revela uma contaminação severa da unidade.
Operação Patrinus e suas implicações
A Operação Patrinus tem sido crucial para expor a corrupção sistêmica dentro do 39º BPM. O coordenador do GAESP, Fábio Corrêa, explicou que as investigações permitiram identificar dois segmentos entre os policiais, denominados setorialmente como Alpha e Bravo. “Havia uma divisão territorial, onde um grupo não poderia invadir a área de atuação do outro grupo”, detalhou o promotor, sugerindo a existência de uma organização criminosa bem estruturada dentro da polícia.
Essa prática de corrupção não só compromete a imagem da corporação, mas também a segurança da população. “É possível afirmar que havia uma lógica de que, se alguém novo entrasse, já entrasse ciente dessa dinâmica”, destacou Corrêa, reforçando a necessidade de uma reestruturação interna e a troca do comando da unidade.
A importância da confiança pública na polícia
Em meio a esse cenário perturbador, a confiança pública na polícia se torna um ponto crítico. A atuação do GAESP na desarticulação desse esquema criminoso é um passo importante para restaurar a credibilidade das forças de segurança na Baixada Fluminense. Contudo, essa mudança requer uma liderança que realmente esteja comprometida em combater a corrupção e proteger a comunidade.
O remanejamento dos policiais do 39º BPM não é apenas uma medida administrativa; é uma resposta à criminalidade organizada que permeia a estrutura policial. O procurador-geral enfatizou que é vital agir rapidamente para evitar que mais casos de corrupção se proliferem, comprometendo, assim, a segurança pública e a confiança da sociedade.
Próximos passos para o 39º BPM
Após as prisões recentes, a expectativa é que o comando do 39º BPM seja reformulado e que uma nova abordagem seja implantada. As autoridades devem investir em treinamento e monitoramento mais rigoroso para garantir que os policiais atuem em conformidade com a lei e em defesa dos cidadãos que juraram proteger.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) deve continuar a sua investigação para impedir que a corrupção retorne a unidade, enquanto outros órgãos de segurança pública também são chamados a participar desse processo de reestruturação. É fundamental que estratégias efetivas sejam implementadas, visando uma verdadeira reforma interna que possa coibir a corrupção e levantar a confiança da população na polícia.
Assim, ao olharmos para o futuro do 39º BPM, fica evidente que mudanças significativas são necessárias para restaurar não apenas a ordem, mas também o respeito e a integridade que são essenciais para o funcionamento de um sistema de segurança pública eficaz.
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