O Sport Lisboa e Benfica, um dos maiores clubes de futebol de Portugal, começará sua temporada 2025/2026 com uma peculiaridade: pela primeira vez em 41 anos, o time não contará com jogadores brasileiros em seu elenco principal. Esse fato inédito quebra uma tradição que começou em 1979, após a aprovação da contratação de atletas estrangeiros, quando o primeiro a vestir a famosa camisa vermelha foi o atacante Jorge Gomes.
A história da presença brasileira no Benfica
A permissão para a contratação de estrangeiros foi um marco importante na história do Benfica e do futebol português. Em 1978, os sócios do clube votaram a favor de permitir a contratação de jogadores de fora, e em 1979 a parceria começou com a chegada de Jorge Gomes, que foi seguido por outros atletas brasileiros, como César, Paulo Campos e Cláudio Adão. Desde então, a presença brasileira se tornou uma constante no clube, com jogadores de destaque fazendo história ao longo das décadas.
Nos últimos 41 anos, o Benfica não apenas incorporou talentos brasileiros, mas também fez com que eles se tornassem parte essencial da sua identidade. Em 1983/84, o clube conquistou o campeonato sem a presença de brasileiros, mas foi uma exceção, visto que a cada temporada seguinte sempre havia ao menos um representante do Brasil no time.
Saída de Arthur Cabral marca o fim de uma era
A ausência de brasileiros na atual temporada é fruto da saída do atacante Arthur Cabral para o Botafogo no final da última temporada. Desde 1979, a presença de jogadores brasileiros no Benfica se tornou uma marca registrada, mas a recente mudança alterou essa dinâmica de forma significativa. O clube passou por uma transformação ao se despedir do atacante que, mesmo não sendo o único brasileiro na equipe nas últimas temporadas, simbolizava essa conexão histórica.
Jogadores brasileiros que deixaram sua marca
Durante essas quatro décadas, muitos jogadores brilharam com a camisa encarnada e deixaram um legado. Nomes como Mozer, Elzo, Valdo, Ricardo Gomes, Aldair, entre outros, marcaram época no clube. Luisão, que atuou como capitão por 15 temporadas, é um dos grandes ícones do Benfica, conquistando 20 títulos e se tornando o segundo jogador com mais partidas na história do time, totalizando 538 jogos.
Além dele, jogadores como David Luiz, Sidnei, Alan Kardec, Jardel e Jonas – este último, o segundo maior artilheiro estrangeiro do clube, com 137 gols – contribuíram para a rica história do Benfica. O auge da presença brasileira no clube ocorreu durante a temporada 2009/10, quando 13 atletas oriundos do Brasil compuseram o elenco sob a liderança de Jorge Jesus. Contudo, esse número começou a diminuir gradualmente nas temporadas subsequentes.
Tendências do mercado e a nova realidade no Benfica
Com a saída de Arthur e a diminuição do número de brasileiros no elenco, surge a pergunta: o que isso significa para o futuro do Benfica? A forte conexão com o futebol brasileiro sempre rendeu frutos, não apenas em termos de habilidade e talento, mas também em apelo comercial e presença no mercado. À medida que o futebol evolui, os clubes precisam se adaptar a novas estratégias e abordagens, buscando sempre o equilíbrio entre tradição e inovação.
Na última temporada, o Benfica viu diversas saídas, como as de Marcos Leonardo e Morato, o que deixou o clube com apenas Arthur Cabral, que também foi finalmente negociado. A transição para uma nova era sem brasileiros pode gerar mudanças tanto na colheita de talentos internacionais quanto nas táticas e na filosofia do clube.
Com o início da temporada se aproximando, os torcedores acompanham ansiosamente quais serão os próximos passos do Benfica. A ausência de brasileiros é um sinal de mudança e um convite à reflexão sobre o que o futuro reserva para o clube e seus torcedores. Resta saber se essa nova fase será tão promissora quanto as que precederam.