A missão e o legado da irmã Maria Agnese Manzana, uma das últimas missionárias combonianas atuantes na Eritreia, foram marcados por um dedicação extraordinária à educação e ao serviço da comunidade. Aos 87 anos, a religiosa faleceu na capital eritreia, Asmara, conforme anunciado pela Diocese de Trento. Irmã Maria Agnese era irmã do bispo emérito de Mossoró, dom Mariano Manzana.
Um legado de dedicação
Com uma trajetória de 58 anos dedicados às atividades missionárias na Eritreia, a irmã Maria Agnese formou-se em Letras e sempre esteve envolvida em projetos educacionais. Sua presença foi crucial em um período de dificuldades, onde muitos missionários enfrentaram a expulsão do país. A diocese destacou que ela foi a única missionária trentina a conseguir um visto de permanência no país, o que a tornou uma figura respeitada e querida entre aqueles que tiveram a oportunidade de conhecê-la.
A recente fratura no fêmur que a irmã sofreu foi um evento significativo que afetou sua saúde, levando-a a decidir não retornar à Itália. Sua opção de permanecer na Eritreia demonstra não apenas sua coragem, mas também um compromisso inabalável com a sua missão e a comunidade que tanto amou.
A busca pelo padre Flavio Paoli
Enquanto a comunidade lamenta a perda da irmã Maria Agnese, o desespero tomou conta da diocese e dos amigos do padre Flavio Paoli, um missionário da mesma região que desapareceu recentemente em Val di Non, na Itália. O padre, de 68 anos, estava visitando a sua terra natal após retornar de Burkina Faso, onde tem trabalhado. Sua última comunicação, em que afirmou “não sei onde estou”, deixou os familiares e amigos preocupados.
A busca pelo padre se concentra numa vasta área ao redor do local onde seu celular foi encontrado. Equipes de resgate e voluntários têm percorrido bosques, campos e ravinas com esperança de encontrá-lo, mas até o momento, as operações não resultaram em quaisquer pistas sobre seu paradeiro.
Repercussão e tributos
A morte da irmã Maria Agnese teve uma grande repercussão, tanto na comunidade local da Eritreia quanto entre os membros da Igreja no Brasil e na Itália. A diocese de Trento expressou suas condolências e lembrou a todos sobre o impacto que a irmã teve na vida de muitas pessoas por meio da educação e do amor missionário. Ser uma missionária em um país desafiante como a Eritreia não é uma tarefa fácil, e o sacrifício pessoal dela é um testemunho de sua fé e de sua determinação.
A escola onde atuava em Asmara, sob sua direção e inspiração, continua a ser um espaço onde muitos jovens receberam educação e orientação, mostrando que seu legado permanecerá vivo por muitas gerações.
Recordando a história da Irmã Maria Agnese
A irmã Maria Agnese Manzana é um símbolo do trabalho missionário e um exemplo de como a fé e o serviço se entrelaçam. Sua história é uma lembrança do poder da dedicação pessoal e da educação transformadora. A memória dela continuará a inspirar aqueles que a conheceram, assim como aqueles que ouvem sobre sua vida e seu serviço.
Por fim, a comunidade religiosa e todos que foram tocados pela vida da irmã Maria Agnese Manzana se unem em oração pela sua alma e pela esperança de que o padre Flavio Paoli seja encontrado em segurança, mostrando assim a resiliência e a força da fé em tempos de provação.
As buscas pelo padre ainda estão em andamento, e a diocese convidou todos a se unirem em oração para que ele seja encontrado, assim como para celebrar a vida e o legado da irmã Maria Agnese, cuja partida deixa um vazio imensurável entre seus amigos e colaboradores.