Teresina, 21 de novembro de 2024
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Pesquisar
Close this search box.

Pesquisadores descobrem plástico africano chegando às praias brasileiras, levantando alerta sobre poluição global

Plástico vindo da África acumula na costa brasileira, pesquisadores alertam para a poluição global

Em um estudo inédito, pesquisadores brasileiros descobriram uma grande quantidade de plástico oriundo da África chegando às praias do Ceará, no nordeste do Brasil. O estudo, conduzido pelo professor Tommaso Giarrizzo da Universidade Federal do Pará, começou de maneira curiosa: durante uma caminhada pelas praias cearenses, Giarrizzo notou tampinhas de garrafas com símbolos e marcas desconhecidas no Brasil. A descoberta foi o ponto de partida para uma investigação sobre a origem desses materiais e os impactos da poluição marinha no Atlântico Sul.

A investigação revelou que uma parcela significativa do plástico encontrado nas praias brasileiras, particularmente no nordeste, é transportada pelas correntes oceânicas vindas do continente africano. Tampas de garrafas, embalagens e outros resíduos plásticos foram analisados, e muitos deles pertencem a marcas de países africanos, como Nigéria, Gana e Costa do Marfim. O estudo sugere que a poluição plástica tem se deslocado pelos oceanos a distâncias consideráveis, evidenciando o problema global que esse tipo de resíduo representa.

Impacto do plástico africano nas praias brasileiras

Segundo a repórter Alice de Souza, que participou do podcast sobre o estudo, a descoberta reforça a necessidade de ampliar a fiscalização sobre o manejo de resíduos sólidos, tanto no Brasil quanto em nível global. A presença desses resíduos vindos de tão longe demonstra que as soluções locais para o descarte inadequado de plástico podem não ser suficientes para conter a poluição que chega de outras partes do mundo.

Os pesquisadores destacam que o transporte transoceânico de lixo plástico não só prejudica o meio ambiente marinho, mas também coloca em risco a biodiversidade das regiões costeiras brasileiras. “Esses materiais afetam diretamente a fauna marinha e, consequentemente, as comunidades locais que dependem do ecossistema para sua subsistência”, afirmou Giarrizzo. O plástico se fragmenta em microplásticos que podem ser ingeridos por animais marinhos, entrando assim na cadeia alimentar e, eventualmente, atingindo os seres humanos.

Desafios globais e soluções necessárias

O estudo levanta um importante debate sobre a responsabilidade global no combate à poluição marinha. Embora o Brasil tenha suas próprias questões com resíduos plásticos, o fato de receber materiais de outros continentes através das correntes oceânicas reforça a necessidade de uma cooperação internacional mais robusta para enfrentar o problema. “A poluição marinha não respeita fronteiras. O plástico que jogamos fora aqui pode acabar em qualquer lugar do mundo”, destacou Alice de Souza no podcast.

A pesquisa sugere que as soluções para o problema do plástico no oceano devem incluir esforços internacionais coordenados, como o reforço de convenções globais sobre resíduos e ações mais rigorosas de prevenção e reciclagem nos países de origem do plástico. A conscientização do consumidor também é um passo crucial para reduzir a demanda por plásticos descartáveis e, assim, diminuir a quantidade de resíduos nos oceanos.

Repercussão e próxima fase da pesquisa

A descoberta ganhou atenção tanto no Brasil quanto no exterior, gerando debates sobre o impacto da poluição marinha na biodiversidade e na saúde pública.

A equipe de Giarrizzo continua a monitorar as praias do nordeste e a investigar a origem de outros resíduos encontrados na região. A expectativa é de que, com a ampliação do estudo, seja possível traçar rotas mais precisas dos resíduos plásticos e, assim, pressionar por políticas públicas mais efetivas em nível internacional.

Fonte: DW Brasil

PUBLICIDADE
CONTEÚDO RELACIONADO
PUBLICIDADE
VEJA +

Notícias

Institucional

Para você

Notícias

Institucional

Para você