Brasil, 13 de agosto de 2025
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Jovens na China pagam por escritórios falsos para fingir trabalho

Em meio à crise do mercado de trabalho, jovens chineses recorrem a escritórios falsos para manter rotina e autoestima

Com uma taxa de desemprego juvenil que supera 14%, jovens na China vêm pagando para frequentar escritórios falsos, onde simulam estar trabalhando. Essa prática, que surgiu como uma saída temporária diante da escassez de vagas, tem ganhado força em um cenário de economia desacelerada e dificuldades para os recém-formados.

Escritórios falsos como refúgio na crise do desemprego

Diante da dificuldade de conseguir empregos reais, muitos jovens desembolsam entre 4 e 7 dólares por dia para utilizar espaços que reproduzem ambientes corporativos completos, com computadores, internet, salas de reunião e áreas de convivência. Segundo relatos, esses locais funcionam como uma forma de manter a disciplina e evitar o isolamento social gerado pelo desemprego.

Resgate da autoestima e conexões sociais

O empresário Feiyu, criador do serviço “Pretend To Work”, explica que sua iniciativa busca “vender a dignidade de não ser uma pessoa inútil”. Para ele, a proposta é um experimento social que ajuda jovens a preservar a respeitabilidade em tempos de dificuldades financeiras e emocionais. Fonte: O Globo

Relatos como o de Shui Zhou, de 30 anos, ilustram o impacto dessa prática. Após fracassar em um negócio próprio, ele descobriu os escritórios na rede social Xiaohongshu e afirma sentir-se mais produtivo e feliz ao frequentá-los, especialmente pelas conexões feitas com outros participantes. É como se estivéssemos trabalhando juntos em grupo, afirmou à BBC News.

Funcionamento e objetivos para os jovens

Já Xiaowen Tang, de 23 anos, utiliza o espaço para apresentar um falso estágio à universidade, enquanto escreve romances online para complementar sua renda. A instituição de ensino exigia a comprovação do estágio para emissão do diploma. “Se vai fingir, finja até o fim”, afirma ela.

Especialistas veem a tendência com um olhar crítico, mas compreensivo. O economista Christian Yao destaca que a prática reflete uma desconexão entre o sistema educacional e as necessidades do mercado de trabalho, funcionando como uma solução temporária para os jovens em busca de estabilidade. Fonte: Globo

Perspectivas e impacto social

Embora a atividade seja, em essência, uma “mentira”, muitos jovens aproveitam o tempo para estudar e se preparar para desafios futuros, como Shui Zhou, que dedica parte do dia ao estudo de inteligência artificial para aumentar suas chances de empregabilidade.

Feiyu acredita que o valor real do projeto está no papel de transição que desempenha. Segundo ele, os escritórios funcionam como um espaço onde os jovens podem recuperar a autoestima e, assim, avançar rumo a conquistas concretas no mercado de trabalho.

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