Brasil, 13 de agosto de 2025
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Acareação entre Mauro Cid e ex-assessor de Bolsonaro no STF

A acareação entre Mauro Cid e Marcelo Câmara no STF visa esclarecer divergências em relatos sobre a trama golpista.

No Supremo Tribunal Federal (STF), a acareação entre o tenente-coronel Mauro Cid e o ex-assessor presidencial Marcelo Câmara, marcada para esta quarta-feira, busca esclarecer divergências em seus depoimentos sobre as circunstâncias da chamada minuta golpista. Cid, que fez acordo de delação premiada, afirma que Câmara tinha conhecimento das intenções golpistas e foi responsável por monitorar o ministro Alexandre de Moraes, um fato que Câmara nega enfaticamente.

A acareação no STF

O encontro está agendado para começar às 11h30 e foi solicitado pela defesa de Câmara, que é réu na ação penal do chamado núcleo dois da trama golpista. O ministro Moraes autorizou a acareação após as alegações feitas por Cid, que já havia sido ouvido como informante no processo contra Câmara e outros réus no mês passado. A expectativa é que os dois apresentem suas versões dos fatos, que até agora têm se mostrado conflituosas.

Divergências nos relatos

Cid declarou em seu depoimento que pediu a Câmara para investigar se o ministro Moraes estaria construindo encontros com o então vice-presidente Hamilton Mourão. Segundo Cid, essa solicitação foi um pedido direto do ex-presidente Jair Bolsonaro, que acreditava estar sendo informado sobre possíveis reuniões entre eles. A informação gerou um clima de desconfiança em um ambiente político já muito conturbado, com a estrutura presidencial em desarticulação.

— Esse último pedido foi realizado na época pelo presidente da República. O entendimento na época era que havia uma informação de que o senhor (Moraes) estaria se encontrando com o general Mourão em São Paulo. O presidente perguntou para verificar se isso realmente estava acontecendo — relatou Cid durante seu depoimento.

Troca de mensagens e provas documentais

Além das solicitações feitas por Cid, ele também mencionou uma troca de mensagens que teve com Câmara em janeiro de 2023, após um documento que indicava medidas para reverter os resultados das eleições de 2022 ser encontrado na casa do ex-ministro Anderson Torres. Cid informou que Câmara havia comentado sobre o “doc” não ter seguido adiante devido à falta de respaldo jurídico e que durante a fase final de 2022, existiam discussões sobre ações para reverter a derrota nas eleições presidenciais.

A defesa de Câmara, por sua vez, contestou as alegações de Cid, afirmando que suas afirmações seriam isoladas e não corroboradas por outros elementos de prova disponíveis no processo. Os advogados argumentam que a acareação é uma medida essencial para a busca da “verdade real” e que têm confiança na inocência de seu cliente.

Histórico de acareações

Este não é o primeiro encontro formal entre Cid e outros réus vinculados ao caso. Em junho, ele já havia participado de uma acareação com o ex-ministro Walter Braga Netto, também réu no núcleo crucial da trama golpista. Naquela ocasião, as divergências entre eles também se concentraram em reuniões realizadas e na suposta entrega de dinheiro, pontos que ambos mantiveram suas versões sem mudanças.

A acareação prevista entre Cid e Câmara tem potencial para aprofundar ainda mais as revelações sobre o que muitos consideram ser um dos momentos mais turbulentos da política brasileira contemporânea. A expectativa é que o STF consiga dirimir essas divergências e que novos elementos venham à tona, esclarecendo a atuação de Cid e de outros envolvidos nessa trama que ainda gera muitos debates e controvérsias.

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