O governo federal anunciou nesta quarta-feira (13) uma reformulação no Fundo de Garantia à Exportação (FGE), direcionada a oferecer até R$ 30 bilhões em crédito para empresas afetadas pelo tarifaço imposto pelos Estados Unidos. A iniciativa visa mitigar os impactos do aumento de tarifas em setores exportadores brasileiros.
Reformulação do Fundo de Garantia à Exportação (FGE)
O FGE atualmente garante o pagamento de dívidas de importadores estrangeiros e atua na oferta de seguro de crédito à exportação e financiamentos. A nova medida, prevista em uma medida provisória, ampliará o alcance do fundo para disponibilizar linhas de financiamento específicas para empresas exportadoras de bens e serviços, especialmente aquelas impactadas pelos tarifamentos adicionais.
Linhas de financiamento para enfrentamento das tarifas
Segundo o governo, as linhas de crédito poderão cobrir:
- Capital de giro para produtos afetados pelas tarifas adicionais sobre exportações brasileiras aos EUA;
- Investimentos em adaptação de atividades produtivas impactadas;
- Fortalecimento da cadeia produtiva com foco na expansão das exportações e acesso a novos mercados;
- Inovação tecnológica e inovação de produtos, serviços e processos.
Recursos de outros fundos garantidores
Além do FGE, o governo pretende recorrer a outros dois fundos: o Fundo Garantidor de Operações de Comércio Exterior (FGCE), administrado pela Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF), com R$ 1 bilhão para perdas iniciais, e o Fundo de Garantia de Operações (FGO), gerido pelo Banco do Brasil, com R$ 1 bilhão disponível. Essas ações buscam fornecer apoio a pequenos e médios exportadores para capital de giro, investimentos e diversificação de mercados, inclusive além dos Estados Unidos.
Estimativa de alavancagem financeira
Especialistas indicam que o FGO poderá gerar entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões em empréstimos, fortalecendo a capacidade de financiamento de setores prejudicados pelas tarifas.
Cenário atual de tarifas americanas e impactos nos setores brasileiros
Desde 6 de agosto, os Estados Unidos aplicam uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, elevando a tarifa total para 50%. Entre os setores afetados estão carne, café, frutas, pescados, calçados e têxtil. Já setores como avião (com destaque para a Embraer), suco de laranja e petróleo permanecem fora da sobretaxa.
Próximos passos e expectativas do governo
Segundo fontes oficiais, a medida provisória será publicada na próxima semana, detalhando regras e condições de acesso aos recursos. O objetivo é que as linhas de crédito estejam operacionais a partir do segundo semestre de 2025, permitindo às empresas brasileiras enfrentar de maneira mais eficaz o impacto das tarifas dos EUA.
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