Brasil, 13 de agosto de 2025
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Exportações brasileiras de café para os EUA caem 18% antes do tarifão

As vendas de café do Brasil aos EUA diminuíram 18% de janeiro a julho, pressionadas por tarifas e estoques elevados no mercado americano

As exportações brasileiras de café para os Estados Unidos registraram uma queda de 18% entre janeiro e julho de 2025, alcançando 3,7 milhões de sacas, segundo relatório do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). A redução ocorre após recordes de vendas em 2024 e antes da implementação de tarifas de 50% impostas pelo governo norte-americano.

Impacto do tarifão de Donald Trump nos negócios do Brasil

O aumento de tarifas, iniciado em agosto, ainda não refletiu completamente na quantidade de exportação devido ao estoque acumulado no mercado americano, que mantém um fôlego de 30 a 60 dias. Segundo Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, “as indústrias americanas estão em compasso de espera, aguardando as negociações”.

No entanto, Ferreira alerta que “a possibilidade de pedidos de prorrogação dos contratos prejudica o setor, pois aumenta os custos com juros de financiamentos pré-embarque, como o Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC)”. Essa situação eleva os juros e os custos adicionais para os exportadores brasileiros.

Estados Unidos continuam principais compradores de café do Brasil

Apesar da queda, os EUA permanecem como os maiores clientes do Brasil, representando 16,8% do total exportado de janeiro a julho, afirmou o setor. A Associação Brasileira de Exportadores de Café (Cecafé) tem buscado junto ao governo brasileiro e às autoridades americanas soluções para que os cafés brasileiros possam entrar na lista de produtos isentos do tarifaço.

China pode ser alternativa, mas com limites

Recentemente, a China autorizou 183 empresas brasileiras a exportar café para o país. No entanto, segundo Ferreira, muitas dessas empresas já atuavam na China, o que limita o impacto imediato dessa autorização. A China importa atualmente cerca de 571.866 sacas de café do Brasil de janeiro a julho, ocupando a 11ª posição entre os principais mercados do país.

Ferreira avalia que o credenciamento por cinco anos é positivo, pois desburocratiza o processo, mas não garante aumento expressivo nas exportações para a China no curto prazo. “O potencial de crescimento do consumo chinês ainda será avaliado conforme a evolução da relação comercial”, conclui.

Perspectivas para o setor diante do cenário internacional

O setor de café brasileiro acompanha atento os efeitos do tarifaço dos EUA e busca alternativas para manter os negócios. A entidade e o governo continuam dialogando para implementar medidas que minimizem o impacto das tarifas e promovam a diversificação de mercados.

A expectativa é que o combate às tarifas e o fortalecimento de outros mercados, como a China, possam ajudar a equilibrar as perdas e manter o Brasil como um dos principais produtores mundiais de café.

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