O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o governo apresentará nesta quarta-feira um plano de contingência para os setores atingidos pela tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Os recursos necessários serão obtidos por meio de crédito extraordinário, dentro da meta fiscal do país.
Medidas de apoio aos setores produtivos e aprovação do presidente Lula
Durante discussão na comissão do Congresso, Haddad afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu divulgar oficialmente as ações nesta quarta-feira. Segundo o ministro, o texto do plano já está definido e contempla as demandas específicas dos setores mais impactados pelo tarifão americano, especialmente aqueles que sofreram maior prejuízo com a medida de Donald Trump.
“Ele ia assinar hoje, mas preferiu anunciar amanhã […], ele decidiu assinar amanhã pela manhã”, afirmou Haddad. Ele também ressaltou que o projeto busca equilibrar as necessidades do setor produtivo com limites fiscais e econômicos.
Medidas de apoio e análise de impacto
O ministro destacou que o governo avalia múltiplas ações para mitigar os efeitos do tarifazo, incluindo linhas de crédito emergenciais, compras governamentais de produtos e programas de proteção ao emprego. “Precisamos garantir um financiamento emergencial para os setores mais atingidos”, afirmou Haddad.
Entre as opções estudadas estão o programa de Proteção ao Emprego (PPE), criado em 2015, e o Apoio Financeiro, lançado em 2022 para setores danificados por crises anteriores. As ações visam manter os empregos e evitar demissões massivas diante do cenário adverso.
Impacto da tarifa americana e resposta do governo brasileiro
A medida dos EUA, vigente desde a última quarta-feira, impôs uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, adicionando-se aos 10% já existentes desde abril, totalizando 50%. Quase 700 itens, entre as exportações brasileiras para os EUA, estão isentos, o que significa que 35,9% das exportações serão afetadas, atingindo produtos essenciais como carne, café e frutas.
Segundo especialistas, o impulso do governo visa proteger setores vulneráveis. “O plano de auxílio busca uma resposta concreta às pressões comerciais”, afirmou Ana Paula Souza, economista do Instituto de Política Econômica.
Próximos passos e cenário internacional
Haddad revelou que o texto do plano será divulgado oficialmente na manhã desta quarta-feira e que a operação de liberação de recursos será feita com o uso de crédito extraordinário, sempre respeitando a meta fiscal. Além disso, o governo mantém negociações com entidades internacionais, incluindo os Estados Unidos, para evitar uma escalada na disputa comercial.
Questionado sobre o cancelamento da reunião virtual com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, Haddad afirmou que ela está atualmente suspensa. “A bola está com eles agora, quem desmarcou foi a parte americana”, concluiu o ministro.
Mais detalhes sobre as ações do governo podem ser acompanhados na fonte oficial.