O cenário político brasileiro se agita com a recente decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que julgou prejudicados todos os pedidos avulsos de visita ao ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar. A determinação foi proferida na terça-feira, 12 de agosto, e trouxe à tona a dinâmica das relações legislativas e o estado de saúde do ex-presidente.
Decisão que gera repercussão
Em sua decisão, Moraes destacou que o interesse de Bolsonaro em receber visitas já vinha sendo manifesto através de petições feitas pela defesa do ex-presidente. Assim, o ministro entendeu que os pedidos feitos por terceiros, sem a concordância da defesa, deveriam ser considerados prejudicados.
Além disso, o magistrado autorizou uma série de visitas programadas para os próximos dias, que incluem:
- Rogério Marinho, senador da República, em 22 de agosto, das 10h às 18h;
- Altineu Côrtes, deputado federal, no dia 25 de agosto, das 10h às 18h;
- Ricardo Augusto Nascimento de Mello Araujo, vice-prefeito de São Paulo, no dia 26 de agosto, também das 10h às 18h;
- Tomé Abduch, deputado paulista, no dia 27 de agosto, das 10h às 18h.
Saúde de Bolsonaro sob atenção
Outro aspecto relevante da decisão de Moraes foi a autorização para que Bolsonaro saia de sua prisão domiciliar para realização de exames médicos. O ex-presidente deverá ir ao DF Star, em Brasília, no próximo sábado, 16 de agosto. Essa será a sua primeira saída desde que foi colocado sob prisão domiciliar em 4 de agosto, refletindo uma preocupação significativa com sua saúde.
Conforme relatórios médicos, o ex-presidente enfrenta uma série de problemas de saúde que se intensificaram após sua prisão. Seus advogados solicitaram visitas médicas regulares, e com a autorização do STF, está sendo preparada uma bateria de exames que inclui:
- Coleta de sangue para exames bioquímicos;
- Coleta de urina;
- Endoscopia digestiva alta;
- Tomografias de tórax, abdome e pelve;
- Ecocardiograma transtorácico;
- Ultrassonografias doppler de carótidas e de próstata.
O que dizem os médicos
Os médicos que cuidam de Bolsonaro explicaram que a solicitação dos exames é uma continuidade do tratamento medicamentoso, além de uma necessária reavaliação dos sintomas que o ex-presidente apresenta, tais como refluxo e soluços persistentes. “A depender dos resultados, podem ser indicadas outras intervenções diagnósticas ou terapêuticas adicionais”, afirmaram.
Contexto dos pedidos de visita
A decisão de Moraes coincide com um cenário em que a solicitação de visitas tem sido um tema recorrente em Brasília. Desde a sua detenção, foram contabilizados 33 pedidos de visita ao ex-presidente, os quais foram feitos por parlamentares de diferentes partidos de direita, além de dirigentes do PL e outras figuras políticas de destaque. Isso ilustra não apenas a relevância de Bolsonaro na cena política atual, mas também a polarização que continua a existir entre seus apoiadores e o ambiente de oposição.
A autorização limitada de visitas, somada a resposta institucional do STF, levanta questões sobre como a política brasileira seguirá lidando com as tensões que permanecem desde o término do seu mandato. Enquanto isso, o ex-presidente aguarda pelo resultado de seus exames e pela continuidade das ações judiciais que envolvem sua situação. As próximas semanas prometem revelar mais sobre a saúde de Bolsonaro e seu papel na política nacional.