Sidney Oliveira, fundador da rede de farmácias Ultrafarma, foi preso nesta quarta-feira (12) durante uma operação do Ministério Público de São Paulo que investiga supostas fraudes e lavagem de dinheiro relacionadas à sua empresa. A ação, que também cumpriu mandados de busca e apreensão, aponta indícios de desvios de recursos públicos ligados a contratos de fornecimento de medicamentos e outros produtos.
Operação investiga supostos crimes financeiros
De acordo com as investigações, a operação apura irregularidades na gestão da Ultrafarma, que inclui suspeitas de notch de documentos e desvio de fundos públicos destinados à saúde. O Ministério Público enfatizou que o empresário foi acusado de envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro, além de práticas de corrupção. Segundo fontes oficiais, a ação visa esclarecer o envolvimento da rede de farmácias em fraudes financeiras.
Histórico e trajetória de Oliveira
Natural de Nova Olímpia, no interior do Paraná, Sidney Oliveira construiu uma trajetória de destaque no setor farmacêutico. Começou a trabalhar em uma farmácia na infância e fundou a Ultrafarma em São Paulo, com o objetivo de oferecer medicamentos a preços acessíveis por telefone e internet. Conhecido por sua política de preços baixos e por ser o rosto das campanhas publicitárias da rede, Oliveira chegou a ter mais de 1,5 mil empregados, segundo seu próprio relato.
Ele é uma figura central na história da farmácia de genéricos no Brasil, tendo divulgado abertamente os benefícios dos medicamentos genéricos e investido na expansão de sua rede, que posicionou como uma das maiores do país no comércio eletrônico. Oliveira também é conhecido por seu perfil político e por sua postura de defensor do acesso a medicamentos por parte da população de baixa renda.
Controvérsias e desafios judiciais
Além das ações recentes, Oliveira já enfrentou outros processos judiciais relacionados à sonegação de tributos, incluindo um bloqueio de bens em 2019, segundo o jornal Valor. Ele afirma que as acusações de irregularidades fiscais seriam “armações” decorrentes de suas disputas comerciais com concorrentes. Em entrevistas concedidas ao longo dos anos, o empresário destacou sua preocupação com as pessoas pobres e a importância de oferecer medicamentos acessíveis.
Apesar das controvérsias, Oliveira manteve a gestão da Ultrafarma, que hoje emprega cerca de 1,5 mil pessoas, além de atuar em segmentos de suplementos e produtos de higiene e beleza. A rede, que vende por meio de plataformas digitais, estima uma receita anual que já ultrapassou R$ 1 bilhão.
Impacto e próximos passos
A operação do MP é considerada uma medida de combate a possíveis irregularidades na gestão de recursos públicos na área da saúde. Oliveira foi liberado após a audiência de custódia, mas ainda deve responder às investigações. Especialistas apontam que o caso pode impactar a imagem da Ultrafarma, que é fortemente associada à figura de Oliveira, embora a empresa continue operando normalmente.
O Ministério Público afirmou que novas diligências continuam em andamento, e que outras pessoas envolvidas no esquema podem ser identificadas. Espera-se que, nos próximos meses, novas informações sejam divulgadas e que o empresário possa prestar esclarecimentos perante a Justiça.
Para mais detalhes sobre a operação, acesse o fonte oficial do Globo.
