Brasil, 12 de agosto de 2025
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Inflação de julho fica em 0,26%, pressionada pela conta de luz mais cara

O IPCA de julho sobe para 0,26%, influenciado pelo aumento nas tarifas de energia elétrica e queda nos preços de alimentos.

A inflação oficial avançou 0,26% em julho, influenciada principalmente pelo aumento na conta de luz, que atingiu o maior impacto mensal desde 2018, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado divulgado nesta terça-feira (12) mostra um avanço comparado ao mês anterior, que registrou alta de 0,24%, e faz o IPCA acumular 5,23% em 12 meses, fora do centro da meta de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual.

Conta de luz e impacto na inflação

O aumento na tarifa de energia elétrica residencial, de 3,04% em julho, foi o maior impacto individual no IPCA, contribuindo com 0,12 ponto percentual ao índice. A cobrança adicional da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que começou em junho e foi mantida em julho, elevou o custo de eletricidade dos consumidores. Essa tarifa mais cara é uma estratégia do governo para cobrir os custos das usinas termelétricas, afetadas pelos baixos níveis dos reservatórios das hidrelétricas.

Segundo Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa do IBGE, sem o efeito da conta de luz, o IPCA de julho teria ficado em 0,15%. Ainda assim, o setor de habitação registrou alta de 0,91%, influenciado pelo aumento na energia elétrica, que elevou o impacto do setor em 0,14 ponto percentual.

Alimentos mais baratos ajudam a conter a alta

Mesmo com a inflação, o grupo alimentos e bebidas registrou queda de 0,27% em julho, o que significa uma insegração de 0,06 ponto percentual no índice geral do mês. Essa foi a maior redução desde agosto de 2024, interrompendo uma sequência de nove meses de altas. Os principais itens que puxaram a queda foram batata-inglesa (-20,27%), cebola (-13,26%) e arroz (-2,89%).

De acordo com Gonçalves, se os alimentos não tivessem ficado mais baratos na média, o IPCA de julho poderia ter sido de 0,41%, ao invés de 0,26%.

Variações nos demais grupos de preços

Dos nove grupos de preços analisados pelo IBGE, três apresentaram deflação: alimentos e bebidas, vestuário (-0,54%) e comunicação (-0,09%). Por outro lado, os demais grupos exibiram alta, como:

  • artigos de residência: 0,09%;
  • transportes: 0,35%;
  • saúde e cuidados pessoais: 0,45%;
  • despesas pessoais: 0,76%;
  • educação: 0,02%.

Dentro do grupo transportes, o aumento foi puxado por passagens aéreas, que tiveram alta de 19,92% devido ao aumento na procura durante as férias escolares. Ainda assim, os combustíveis tiveram recuo de 0,64%, representando o quarto mês consecutivo de queda no preço, com a gasolina caindo 0,51% em julho.

Perspectivas e efeitos do cenário externo

O gerente do IBGE destacou que o resultado de julho não reflete o impacto do tarifaço imposto pelos Estados Unidos às exportações brasileiras, cujo efeito deve se manifestar a partir de agosto, quando entrou em vigor a alíquota de 50% sobre produtos nacionais enviados para o país norte-americano. Gonçalves explicou que, inicialmente, esse aumento pode gerar uma maior oferta no mercado interno, levando à baixa de preços de produtos, especialmente os perecíveis, no curto prazo.

“Tem que esperar para ver como o mercado vai responder a isso, se vai conseguir escoar para outro mercado externo. Se os produtos ficarem no mercado interno, a tendência – principalmente dos itens perecíveis – é que o preço caia”, afirmou.

Impacto nas famílias e áreas metropolitanas

O IPCA mede o custo de vida de famílias com rendimento entre um e 40 salários mínimos, considerando dados de 10 regiões metropolitanas e capitais do país. A coleta de preços contribui para uma análise detalhada do cenário de preços nas diferentes áreas.

Matéria ampliada às 11h31, trazendo um panorama atualizado sobre a inflação e seus efeitos na vida dos brasileiros.

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