O Tribunal de Justiça de São Paulo tem uma decisão importante a tomar nos próximos dias: a expulsão do fazendeiro Alípio João Júnior, de 58 anos, do condomínio onde reside no centro de Ribeirão Preto. Alípio está detido desde 16 de julho, após ser acusado de ameaçar e intimidar seus vizinhos. A situação, que gerou extrema preocupação entre os moradores, culminou em ações judiciais e assembleias para buscar sua expulsão do local.
Ação judicial e novo pedido de liminar
Em 23 de julho, moradores do prédio apresentaram uma ação judicial para a expulsão de Alípio, mas o pedido foi negado liminarmente pela juíza Roberta Luchiari Villela. Segundo a magistrada, a expulsão só poderia acontecer após uma assembleia que respeitasse o quórum mínimo de votação—aprovada por três quartos dos condôminos—e garantisse o direito de defesa ao acusado.
Em uma nova assembleia realizada no dia 11 de agosto, os moradores atingiram o número necessário de votos para um novo pedido de liminar; dos 48 apartamentos do condomínio, 36 votaram a favor da expulsão de Alípio. Apenas sete moradores não compareceram à votação.
O advogado que representa o condomínio, Hamilton Paulino, indicou que um novo pedido de liminar será formalizado nesta terça-feira (12) e espera uma resposta da Justiça até sexta-feira (15). Ele expressou a preocupação dos moradores sobre a possibilidade de Alípio conseguir um recurso e retornar ao local, enfatizando que atualmente reina um clima de paz no condomínio. Contudo, a ansiedade persiste.
Acusações graves e comportamento perturbador
Os problemas com Alípio não são recentes. Moradores relataram uma série de comportamentos ameaçadores, culminando em um boletim de ocorrência formalizado em 10 de julho, que inclui delitos como ameaça e perturbação da tranquilidade. Testemunhos de áudio revelaram que Alípio enviava mensagem com ameaças de morte a um vizinho, ofendendo-o e relatando suas experiências em matar pessoas.
Seus áudios incluíam declarações extremamente agressivas, como promessas de explodir o apartamento de um vizinho e ameaçar a vida de sua filha. As ameaças se estendem a uma incitação à violência e preconceito contra outros moradores, refletindo um comportamento que, segundo o promotor Paulo José Freire Teotônio, não condiz com a convivência em sociedade.
Incidente em shopping e maus-tratos a animais
A prisão de Alípio não se limitou às ameaças aos vizinhos. No dia 17 de junho, ele foi preso por agredir um funcionário de um shopping em Ribeirão Preto e atirar em um segurança. Imagens de câmeras de segurança mostraram o momento da agressão, que resultou em ferimentos no funcionário. Além disso, com a apreensão de uma arma de fogo e substâncias ilegais, a situação revelava um sério risco à segurança pública.
Outro aspecto alarmante da vida de Alípio envolve denúncias de maus-tratos a animais. Após assumir a responsabilidade como inventariante da família após a morte do pai, a situação de seus animais de estimação se tornou insustentável, com relatos de que estariam doentes, abandonados e até mortos devido à negligência. O caso gerou atenção do Ministério Público, que também investiga o comportamento de Alípio sob o viés de descaso e crueldade.
Expectativas dos moradores
Os moradores do condomínio estão em situação de tensão, temendo pela segurança de suas famílias e a possível volta de Alípio. O advogado do condomínio já mencionou a urgência de uma decisão judicial para garantir que ele não retorne ao local. A expectativa é de que a Justiça, ao considerar os fatos e as testemunhas apresentadas, tome uma decisão favorável aos moradores, garantindo a continuidade da paz na comunidade.
O caso do fazendeiro Alípio João Júnior não é apenas um reflexo de conflitos em uma comunidade, mas também um sinal de alertas sobre questões mais amplas relativas à segurança e à convivência pacífica entre vizinhos. O desfecho dessa história deve ser acompanhado attentamente pela população de Ribeirão Preto e pode servir de lição sobre a importância da união comunitária em busca de justiça.
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