O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez declarações polêmicas sobre o possível aumento de retaliações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma entrevista ao jornal britânico Financial Times, publicada nesta segunda-feira (12), Eduardo destacou que Trump possui “uma gama de possibilidades” para sancionar Moraes e outras autoridades brasileiras.
Sanções e medidas de retaliação
A fala de Eduardo Bolsonaro indicou que entre as alternativas para Trump estariam medidas como a sancionar a esposa de Moraes ou a revogação de vistos de aliados e outras figuras políticas do Brasil. “Sei que [Trump] tem uma gama de possibilidades em sua mesa, desde sancionar mais autoridades brasileiras, até uma nova onda de retirada de vistos e questões tarifárias”, afirmou o parlamentar.
O discurso de Eduardo ocorre em um contexto de tensões entre o STF e o governo, especialmente após a decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, que ocorreu na semana passada devido ao descumprimento de medidas cautelares. De acordo com Eduardo, essa ação de Moraes teria esgotado suas opções de ação.
Reuniões em Washington
Na próxima quarta-feira (13), Eduardo Bolsonaro estará em Washington, onde participará de reuniões com autoridades americanas para discutir as consequências do “tarifaço”. Ele também planeja abordar possíveis sanções ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-SP), e ao ministro Gilmar Mendes, do STF.
O Financial Times relatou que o deputado brasileiro está “fazendo uma campanha” para que os Estados Unidos apliquem medidas contra o STF, visando proteger seu pai, Jair Bolsonaro, de eventuais condenações. O jornal também enfatizou que as relações entre Brasil e Estados Unidos estão em um dos piores momentos nas últimas décadas.
Críticas e apoio
A atitude de Eduardo Bolsonaro tem gerado controvérsias e críticas. Ele mesmo comentou que seu objetivo era “salvar a democracia”, apesar das acusações de estar atuando de maneira antipatriótica. Em resposta a isso, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou sua postura: “Não posso concordar com a atitude de um parlamentar que está fora do país trabalhando muitas vezes para que medidas cheguem ao seu país de origem e tragam danos à economia do seu país. Isso não pode ser admitido”.
Enquanto isso, Eduardo está planejando uma viagem à Europa, onde pretende apresentar aos parlamentares europeus as sanções já impostas pelos EUA e buscar apoio para ações semelhantes na União Europeia. Ele mencionou que o líder do partido Chega, André Ventura, em Portugal, já manifestou interesse em impedir a entrada de Alexandre de Moraes no país e congelar bens que ele possa ter por lá, com base em leis de direitos humanos.
As declarações de Eduardo Bolsonaro, além de revelarem um forte posicionamento político, refletem um momento crítico nas relações entre o Brasil e os Estados Unidos e os impactos que isso pode ter nas dinâmicas internas do país. O futuro das interações entre ambos, assim como as manobras de Eduardo para angariar apoio internacional, são pontos que continuam a gerar intenso debate e especulação.
As tensões e possíveis sanções são mais do que um simples jogo político; elas envolvem questões de diplomacia, democracia e direitos individuais, elementos essenciais para a construção de um futuro mais coeso e harmonioso entre as nações. Com a situação ainda se desenrolando, muitos aguardam os desdobramentos dos próximos passos, tanto em Brasília quanto em Washington.