Teresina, 18 de outubro de 2024
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Interior do Piauí enfrenta grave escassez de profissionais: menos de um médico para cada mil habitantes

O interior do Piauí enfrenta uma escassez de profissionais de saúde, com menos de um médico por mil habitantes, conforme revela o mais recente levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM). O dado contrasta com a realidade da capital, Teresina, onde a média é de 7,73 médicos para cada mil habitantes, evidenciando uma disparidade alarmante na distribuição desses profissionais pelo estado.

Segundo o CFM, enquanto a média nacional é de 3 médicos por mil habitantes, no interior do Piauí o índice chega a apenas 0,69, muito abaixo do ideal recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa escassez de médicos agrava o acesso da população do interior a serviços de saúde, especialmente em regiões mais afastadas, onde hospitais e unidades de saúde sofrem com a falta de profissionais capacitados para atendimento de demandas básicas.

Falta de políticas públicas de fixação de médicos gera escassez de profissionais

O presidente do CFM, José Hiran Gallo, destaca que a concentração de médicos nas capitais e grandes centros urbanos reflete a falta de políticas públicas eficazes para fixar esses profissionais em áreas de difícil provimento. “As capitais abrigam 52% dos médicos, enquanto o interior, que soma 77% da população, possui apenas 48% dos profissionais de saúde. O Piauí é um exemplo claro desse desequilíbrio”, afirma.

A falta de médicos no interior do estado compromete o atendimento de saúde em regiões rurais, obrigando muitos pacientes a se deslocarem para Teresina em busca de tratamento, sobrecarregando a rede de saúde da capital. O problema se agrava pela precariedade das condições de trabalho nas pequenas cidades, que afasta médicos recém-formados e torna difícil a permanência dos poucos que se arriscam a atuar fora dos grandes centros.

Desafios estruturais e soluções para o problema

Além da falta de incentivos para que os médicos atuem no interior, a infraestrutura deficiente nas unidades de saúde das pequenas cidades também é um entrave significativo. Muitos postos de saúde carecem de equipamentos, medicamentos e condições adequadas para o exercício da profissão, tornando-se pouco atrativos para os profissionais.

Especialistas e entidades de saúde, como o Sebrae e o CFM, defendem a implementação de programas de incentivo que melhorem as condições de trabalho e ofereçam benefícios para os profissionais que optarem por atuar em áreas remotas. Para Gallo, o desenvolvimento de políticas robustas é urgente: “É imprescindível criar atrativos para que médicos queiram se fixar no interior, garantindo que o Sistema Único de Saúde (SUS) funcione de forma mais equânime em todas as regiões do estado”, ressalta.

Concentração de médicos e impacto na saúde pública

O estudo do CFM mostra que o problema enfrentado pelo Piauí é parte de um cenário mais amplo no Brasil. Regiões como Norte e Nordeste têm menos médicos por habitante em comparação com o Sudeste e Sul do país, o que afeta diretamente a qualidade do atendimento e os índices de saúde pública nessas áreas.

No Piauí, o impacto dessa desigualdade se reflete em altos índices de mortalidade infantil, precariedade no atendimento de emergência e demora no diagnóstico de doenças. Sem uma política efetiva de distribuição de profissionais e melhoria das condições de trabalho, o interior do estado continuará enfrentando dificuldades no acesso à saúde, enquanto a capital atrai a maior parte dos recursos e da mão de obra qualificada.

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