Brasil, 13 de agosto de 2025
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Poeta William Soares é encontrado morto em Teresina

O poeta William Melo Soares, de 72 anos, foi encontrado morto na tarde de segunda-feira (11) em sua residência, no centro de Teresina. Acredita-se que o falecimento tenha ocorrido no último sábado (09/08). A informação foi confirmada pelo também poeta e escritor Salgado Maranhão, em mensagem emocionada de Whatsapp ao professor e escritor Wellington Soares.

Em sua homenagem, Salgado Maranhão destacou a conexão única de William com Teresina: “Nenhum de nós, nesse meio século de vida cultural teresinense, falou, bebeu, cantou a cidade amada quanto o poeta William Melo Soares. As ruas de Teresina e seus logradouros – os amigos de bares, das quebradas noturnas, os ‘qualquer um’ – foram exaustivamente laureados na sua poesia orgânica, arrancada da vida.”


O escritor e professor Wellington Soares lamentou a perda e lembrou outra recente baixa no cenário literário piauiense.

“A morte da poetisa Graça Vilhena. “Não bastava a Graça nesses dias, agora perdemos o Williams”, disse.

Legado do “Poetinha

Nascido em Alto Longá (PI) em 1953, William Melo Soares era conhecido carinhosamente como “Poetinha” e dedicou sua vida à divulgação da poesia, inclusive como coordenador do movimento “Livro nas Escolas”. Sua obra, marcada por linguagem coloquial e temática urbana, inclui títulos como:

– “Roendo os ossos do ofício” (1987)

– “Topada” (1992)

– “Congresso das águas” (1998)

A morte de William Soares repercutiu imediatamente nas redes sociais e no meio artístico do Piauí, onde era figura central.

Confira um dos poemas mais conhecidos de William Soares:

“Rua Abaixo Lua Acima

Caso você siga

rua abaixo

lua acima

percorra toda a cidade

entre becos e esquinas

procure um rastro de estrela

no céu de Teresina

Caso você siga

rio abaixo

lua acima

passe pelo cais do rio

de um vapor que evaporou

pro remanso de outras águas

deixando ondas no peito

do Mano Velho barqueiro

Caso você siga

lua acima

rio abaixo

no movimento das barcas

me envolva num abraço

só não toque no meu manto

de solidão e cansaço”

William Melo Soares

Da Redação

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