Em um clima de incerteza política nos Estados Unidos, o humorista Jimmy Kimmel, conhecido por seu programa de entrevistas noturno “Jimmy Kimmel Live!”, compartilhou detalhes sobre sua cidadania italiana durante uma conversa no podcast de sua ex-namorada, Sarah Silverman. Kimmel, que apresenta o programa há 22 anos, expressou sua preocupação com a política americana, especialmente no que diz respeito à administração do presidente Donald Trump.
Reflexões sobre a política americana
Kimmel e Silverman discutiram a possibilidade de deixar os Estados Unidos em meio ao descontentamento com a política do país. “Muitas pessoas que conheço estão pensando em onde vão conseguir cidadania”, comentou Silverman durante o episódio. O humorista respondeu de forma descontraída: “Eu consegui a cidadania italiana.”
Segundo a agência de notícias italiana Ansa, Kimmel obteve a cidadania em 2023 após apresentar provas de sua linhagem ancestral. Seus bisavós emigraram de Ischia, uma ilha na costa da Itália, para Nova York depois que um terremoto devastou sua cidade natal em 1883. Essa conexão com suas raízes italianas representa para Kimmel uma fuga simbólica das dificuldades políticas atuais nos Estados Unidos.
Críticas ao governo Trump
Ao longo da conversa, Kimmel expressou seu descontentamento com o estado atual da política americana: “O que está acontecendo é tão ruim quanto você pensou que seria”, destacou. Sua ex-namorada concordou, acrescentando que a situação está ainda pior do que se poderia imaginar. Kimmel também fez referências diretas ao impacto das políticas de Trump, especialmente durante a guerra comercial e seus efeitos no mercado financeiro.
Recentemente, Kimmel acusou Trump de causar estresse no mercado de ações como uma forma de desviar a atenção do público de questões mais graves. Ele se juntou a outros comediantes em brincar com o apelido de “TACO” (Trump Always Chickens Out), que foi atribuído a Trump devido a suas mudanças de decisão frequentes sobre tarifas comerciais.
Uma onda de celebridades em busca de cidadania
Ao obter a cidadania italiana, Kimmel se junta a uma lista crescente de celebridades que estão tomando medidas para deixar os Estados Unidos ou já o fizeram, como Rosie O’Donnell e Ellen DeGeneres. O’Donnell, por exemplo, se mudou para a Irlanda após os resultados da eleição em 2024. Em suas declarações, ela expressou a urgência que sentiu em deixar o país, especialmente depois de ler sobre o “Projeto 2025”, um plano que aponta para uma possível reestruturação do governo sob a presidência de Trump.
Ellen DeGeneres também compartilhou a experiência de emigração, revelando que ela e sua família se mudaram para o exterior no dia anterior à eleição, recebendo mensagens de amigos nos Estados Unidos expressando sua tristeza pela situação.
Retaliação à ameaça de Trump
O relacionamento entre Kimmel e Trump é marcado por tensões. Recentemente, Trump fez comentários sobre Kimmel em uma plataforma de redes sociais, insinuando que o humorista seria o próximo a perder seu programa, assim como Stephen Colbert. Kimmel respondeu a essas provocações de forma sarcástica, fazendo menção à amizade de Trump com Jeffrey Epstein, que foi condenado por tráfico sexual.
Através de seu humor ácido e críticas contundentes, Kimmel utiliza sua plataforma para abordar questões políticas, evidenciando a insatisfação de muitos cidadãos em relação à administração atual. Sua nova cidadania pode ser vista como uma forma de se conectar com suas raízes e buscar uma nova perspectiva em meio à turbulência política global.
A Daily Beast tentou entrar em contato com a equipe de Kimmel para comentários adicionais, mas as bênçãos do famoso comediante parecem estar concentradas em sua nova realidade na Itália.
Com a crescente tensão política nos Estados Unidos, figuras como Jimmy Kimmel estão, sem dúvida, navegando por águas complicadas enquanto buscam alternativas em um cenário cada vez mais polarizado.
Por fim, enquanto Kimmel brilha sob as luzes de Hollywood, sua decisão de reivindicar a cidadania italiana destaca não apenas a busca por uma identidade ancestral, mas também uma reflexão sobre a condição atual da sociedade americana e das opções que estão sendo consideradas por aqueles que se sentem desconectados do que está acontecendo no país.
