Brasil, 16 de agosto de 2025
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Achachairu, fruta exótica boliviana, conquista espaço no Brasil e no mercado internacional

Fruta pouco conhecida no Brasil, achachairu soma cultivo na região serrana do Espírito Santo e exporta para a Europa e Ásia

A achachairu, fruta de origem boliviana e pertencente à família do mangostão, começa a ganhar destaque no Brasil, especialmente pelo seu potencial de exportação. Cultivada há mais de duas décadas por produtores que buscam expandir o mercado de frutas exóticas, ela ainda enfrenta desafios para entrar nas prateleiras dos grandes supermercados nacionais.

A trajetória do cultivo e o potencial de exportação da achachairu

Foi em 2001 que o produtor Abel Basílio de Souza Neto conheceu a fruta, após o seu tio trazer sementes da Bolívia. O pequeno pomar criado para consumo familiar evoluiu para uma produção comercial que hoje reúne mais de 3 mil árvores na região serrana do Espírito Santo. Na última safra, foram colhidas 50 toneladas de achachairu, cujo valor de venda no mercado internacional é mais estável do que no interno, mesmo com custos elevados de logística.

Segundo Souza Neto, os volumes enviados para a União Europeia, Canadá, Oriente Médio e Ásia representam mais da metade da produção. “O valor pago lá fora é mais estável, o que torna os embarques mais interessantes mesmo com altos custos”, explica o produtor, que também destaca os preços praticados no exterior, semelhantes aos do Brasil.

Reconhecimento e desafios no mercado nacional da fruta exótica

Apesar do crescimento no mercado externo, a maior parte das redes de supermercados e atacadistas brasileiros ainda reluta em apostar na achachairu, devido ao seu baixo conhecimento e à pouca familiaridade com a fruta. Souza Neto reforça que “a estratégia foi crescer devagar, para construir uma demanda sustentada pela fruta”.

A fruta, rica em sabor levemente ácido, pertence à família das Garcinias, que inclui também o bacupari e o mangostão, presentes na Amazônia e na Mata Atlântica. Segundo José Edmar Urano de Carvalho, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, a achachairu é bem recebida por quem a prova, e seu sabor agrada bastante os consumidores que apreciam frutas exóticas.

Expansão através do investimento e incremento na exportação

Renata Fernandes, que cuidou do pomar iniciado por seu pai em Araçatuba (SP), relata que as vendas externas têm crescido aproximadamente 20% ao ano. Desde o ano passado, cerca de 70% da produção da fazenda é destinada à exportação, especialmente para a França, com volumes que aumentam a cada safra. “Enviei 2 toneladas para a França, e a aceitação foi excelente”, comenta.

O maior produtor mundial da fruta é a região de Santa Cruz, na Bolívia, que cultiva cerca de 2 mil hectares e alcança uma safra anual de aproximadamente 100 toneladas. O mercado internacional, portanto, apresenta boas perspectivas de crescimento para a achachairu, que ainda é pouco conhecido dentro do Brasil, mas já começa a marcar presença no cenário global.

Perspectivas para o futuro da fruta no Brasil

Especialistas acreditam que, com maior investimento e maior conhecimento do consumidor, a achachairu poderá se tornar uma fruta de consumo frequente no Brasil. A maior barreira ainda é a entrada nas redes de supermercados, que relutam em incluir produtos pouco conhecidos, mas a crescente demanda internacional reforça a importância de ampliar o cultivo nacional.

Segundo o pesquisador da Embrapa, a fruta tem potencial de agregar valor à agricultura brasileira, sobretudo na exportação, contribuindo para diversificar a matriz econômica do setor agrícola. Com um cultivo que cresce cerca de 20% ao ano e uma receptividade promissora internacionalmente, o achachairu pode se consolidar como uma alternativa exótica rentável para os produtores brasileiros.

Mais informações sobre a fruta e demais novidades do setor podem ser encontradas na matéria completa do Globo.

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