Brasil, 12 de agosto de 2025
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Cancelamento da reunião entre Haddad e secretário dos EUA evidencia falta de disposição para diálogo

Cancelamento da conversa por vídeo entre Haddad e secretário dos EUA reforça impasse nas negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos

O cancelamento da conversa por vídeo entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, previsto para esta quarta-feira, frustrando a expectativa de diálogo sobre a taxação de produtos brasileiros enviados aos Estados Unidos.

Falta de abertura por parte da Casa Branca

Para integrantes do governo brasileiro, a medida revela a escancarada falta de disposição da Casa Branca de negociar uma solução para o tarifão imposto por Donald Trump. Segundo fontes diplomáticas, a decisão de cancelar a reunião mostra que os EUA não querem avançar na discussão, especialmente sem incluir o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no STF em negociações.

Medidas de contingência em andamento

Após o cancelamento, interlocutores do governo de Lula afirmam que o primeiro passo será a implementação do plano de contingência, divulgado nesta semana. Entre as ações estão linhas de crédito mais acessíveis e compra de alimentos pelo setor público, para evitar a crise econômica e a perda de empregos nos setores mais afetados pela sobretaxa de 50% aplicada às exportações brasileiras.

Reações e posicionamentos

A decisão dos EUA de cancelar a reunião reforça a percepção de que Washington prefere manter um posicionamento mais rígido na negociação comercial. Analistas dizem que o governo americano só estaria aberto ao diálogo se o Brasil aceitasse discutir o processo envolvendo Bolsonaro no STF, hipótese que é fortemente rechaçada pelo presidente Lula e seus auxiliares.

Além disso, a polêmica envolvendo questões diplomáticas recentes, como críticas da Embaixada dos EUA a Alexandre de Moraes, presidente do STF, e a suspensão do visto do ministro, indicam uma piora no relacionamento bilateral. “O convite para negociações deve vir de uma parte que demonstre interesse real em discutir”, afirmou um interlocutor do setor privado familiarizado com as negociações.

Expectativas para o futuro

Apesar do impasse, o governo brasileiro tenta manter a postura de que negociações podem avançar, especialmente em temas de interesse mútuo, como acesso a minerais críticos e agilidade no registro de patentes. Contudo, oficiais brasileiros deixam claro que não aceitarão incluir o processo de Bolsonaro na pauta oficial da discussão, dado o caráter de perseguição alegado por Lula e seus apoiadores.

Para reforçar a sua posição, o Brasil continua buscando interlocutores no Congresso Americano e intensifica ações diplomáticas para abrir espaço para negociações futuras. A expectativa é que, mesmo diante do atual cenário, seja possível estabelecer uma linha de concessões mútua que evitaria maiores prejuízos econômicos ao país.

Segundo fontes, a retomada do diálogo dependerá, em grande medida, da postura do governo de Washington e da disposição de reduzir a hostilidade frente às ações do Brasil no cenário internacional. O embate também revela as dificuldades em conduzir uma relação diplomática mais equilibrada em meio à escalada da crise comercial e política.

Mais informações podem ser acompanhadas no fonte original.

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