Brasil, 12 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Governo brasileiro cancela reunião com secretário do Tesouro dos EUA

Ministério da Fazenda não realiza mais encontro com oficial americano, citando atuação de forças de extrema direita que dificultam diálogo

O governo federal anunciou nesta segunda-feira (12) o cancelamento de uma reunião por vídeo entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent. A conversa, que seria realizada na quarta-feira, foi desmarcada por decisão dos americanos, após Haddad atribuir o cancelamento à atuação de “forças de extrema direita” que mantêm interlocução com a Casa Branca.

Cancelamento do encontro e tensões diplomáticas

De acordo com Haddad, a interrupção ocorreu após a militância antidiplomática de grupos de extrema direita que atuam junto à Casa Branca terem tomado conhecimento de sua fala sobre a reunião. “Agiram junto a alguns assessores, e a reunião virtual foi desmarcada”, afirmou Haddad, em entrevista à GloboNews.

Segundo o ministro, o governo brasileiro tentava retomar o diálogo após o presidente Lula orientar Haddad a buscar uma conversa com Scott Bessent, que havia se encontrado com o ministro em maio, antes do anúncio do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros. Um link para uma possível conversa chegou a ser enviado pelo Departamento do Tesouro, mas foi posteriormente cancelado.

Consequências para a resposta ao tarifaço

Haddad reforçou que a ausência de canais de diálogo compromete as ações do governo para auxiliar as empresas afetadas pela sobretaxa. “Estamos finalizando um plano de socorro a esses setores, com reformas estruturais em fundos que financiam exportações”, detalhou o ministro. Além disso, destacou que a medida provisória (MP) que prepara o pacote de auxílio incluirá linhas de crédito, facilidades no pagamento de impostos e ações de manutenção do emprego.

Implicações diplomáticas e internas

Haddad criticou a postura de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que, após se manifestar publicamente contra contatos entre os governos, foi responsabilizado por interferências que contribuíram para o cancelamento da reunião. “Ele afirmou que buscaria inibir qualquer diálogo, e logo depois aconteceu o episódio do cancelamento. Não há coincidência nisso”, afirmou.

O ministro também comentou sobre a possibilidade de Lula conversar por telefone com o presidente da China, Xi Jinping, como uma estratégia para fortalecer alianças diante do impasse com os EUA. O telefonema, que pode ocorrer ainda nesta semana, visa discutir a conjuntura comercial e formas de ampliar a atuação brasileira em outros mercados.

Reações e perspectivas

Especialistas avaliam que o cancelamento da reunião reflete a complexidade das relações diplomáticas atuais do Brasil. “Sem diálogo direto com o governo Trump, o Brasil enfrenta dificuldades para negociar a questão tarifária e buscar alternativas para proteger suas exportações”, afirma Galípolo, analista de economia.

O governo continua a insistir na necessidade de uma resposta coordenada e rápida, com o executivo preparando uma versão da MP que será divulgada em breve, visando atender setores como a pesca, indústria de máquinas e metais, e empresas de alimentos que enfrentam dificuldades devido às altas tarifas.

Para mais detalhes, o leitor pode acessar a reportagem completa no publicado pelo Globo.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes