Brasil, 12 de agosto de 2025
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Brasil formaliza queixa na OMC contra tarifas de Trump

Governo brasileiro alegou violação de acordos comerciais pelas tarifas impostas pelos EUA, buscando solução para a disputa comercial.

O Brasil deu um passo importante em sua luta contra as tarifas impostas pelos EUA ao presidente Donald Trump, formalizando uma queixa junto à Organização Mundial do Comércio (OMC). As tarifas, consideradas excessivas e discriminatórias, estão em desacordo com as normas estabelecidas pelo Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT) de 1994, que regula as relações comerciais entre países membros. Nesta segunda-feira (11/8), o conteúdo da queixa foi divulgado pelo organismo internacional.

Argumentos do Brasil contra as tarifas

De acordo com o governo brasileiro, as tarifas impostas por Trump não apenas desrespeitam limites e condições acordados no GATT, mas também violam o princípio de tratamento não menos favorável ao comércio de países signatários. O documento apresentado à OMC destaca que os Estados Unidos aplicaram tarifas superiores aos limites máximos permitidos, questionando os motivos e a legitimidade dessas medidas.

“Como consequência da violação do Artigo II:1(b) do GATT 1994, os Estados Unidos agem de forma inconsistente com o Artigo II:1(a) do GATT 1994”, afirma a representação brasileira, enfatizando que as tarifas não concedem ao Brasil condições favoráveis, conforme estabelecido nos acordos comerciais.

Desdobramentos da disputa comercial

Em meses recentes, as medidas adotadas pelos EUA trouxeram impactos significativos para o comércio brasileiro. A primeira ação de Trump ocorreu em março, com a imposição de uma alíquota de 25% sobre o aço e o ferro importados. Essa decisão provocou preocupação entre os exportadores brasileiros, que alertaram para os possíveis danos à competitividade desses produtos no mercado americano.

Embora uma redução na alíquota tenha sido anunciada em abril, com a taxação caindo para 10%, em junho o governo Trump mudou de ideia, aumentando novamente as tarifas para 50%. Essa decisão teve consequências diretas e negativas para a relação comercial entre os dois países.

Prejuízos e exceções nas tarifas

O impacto das tarifas de Trump ficou ainda mais acentuado com a introdução de um suplemento de 40%, elevando a tarifa geral a 50% sobre os produtos brasileiros. Apesar de 700 produtos terem sido excluídos dessa taxação, considerados exceções, a medida foi vista como uma afronta aos acordos internacionais e um claro desvio do processo que deveria ser seguido para resolução de conflitos comerciais.

O Brasil argumenta que, ao agir dessa forma, os EUA fogem das normas estipuladas pela OMC, que têm como objetivo resolver disputas comerciais através de diálogo e consenso, conforme o Entendimento sobre Solução de Controvérsias (DSU).

Um chamado por conformidade às normas internacionais

A queixa formal à OMC não é apenas um capítulo na disputa comercial entre Brasil e EUA, mas um chamado para a conformidade com as normas do comércio internacional. O Brasil defende que as questões comerciais devem ser tratadas dentro dos parâmetros que a OMC estabelece, evitando uma escalada de tensões que pode resultar em retaliações e agravamento das relações entre os países.

O governo brasileiro espera que a OMC analise a queixa e inicie um processo que leve a um entendimento mais favorável, que permita ao Brasil operar adequadamente dentro do mercado americano, sem as restrições impostas atualmente. A esperança é que, com a mediação da OMC, as partes consigam chegar a um consenso que respeite os direitos e deveres de ambos na arena comercial.

A situação atual é um lembrete das complexidades do comércio global e da importância de atuar dentro dos moldes acordados internacionalmente. O mundo observa atentamente os desdobramentos dessa disputa, que pode ter repercussões além das fronteiras do Brasil e dos EUA.

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