A expectativa é alta para a conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o líder chinês Xi Jinping, agendada para ocorrer entre a noite desta segunda-feira (11) e a manhã de terça (12), no horário de Brasília. As informações foram apuradas pelo jornal Metrópoles, que destaca a necessidade do diálogo em um momento de crescente tensão comercial, especialmente em virtude dos impactos do tarifaço promovido pelos Estados Unidos.
A pauta da conversa
O diálogo entre os dois líderes terá como foco temas bilaterais cruciais e um panorama mais amplo do cenário geopolítico internacional. Um dos pontos centrais da conversa será o aumento das tarifas comerciais que o governo de Washington impôs a países como o Brasil e a China, o que levanta preocupações sobre suas repercussões econômicas.
Lula e Xi Jinping são figuras destacadas no Brics, bloco que defende o multilateralismo e é visto pelo ex-presidente Donald Trump como um concorrente estratégico. Esse espaço tem se mostrado essencial para a articulação de uma resposta unificada a iniciativas que visam prejudicar o comércio entre as nações.
Impactos do tarifaço dos EUA
Nesta segunda-feira, Donald Trump anunciou a prorrogação por mais 90 dias da suspensão de tarifas elevadas sobre produtos da China, ao mesmo tempo em que expressou esperança de que Pequim aumente sua importação de soja americana em quatro vezes. Essa movimentação evidencia as tensões existentes e a competitividade nas relações comerciais entre os países.
Do lado brasileiro, o governo trabalha em um plano de contingência para enfrentar os efeitos do tarifaço, que deve ser divulgado ainda nesta semana, embora sem uma data definida até o momento. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, mencionou que o plano poderia ser apresentado já nesta terça-feira.
A China, principal destino das exportações brasileiras, é considerada uma parceira estratégica em termos econômicos e diplomáticos. Assim, a comunicação entre Lula e Xi Jinping é vista como fundamental para alinhar as operações diante das pressões que vêm dos Estados Unidos.
Apoio chinês ao Brasil
Na última quarta-feira (6), o ministro de Relações Exteriores da China, Wang Yi, afirmou que o país está disposto a trabalhar em conjunto com o Brasil para aprofundar a cooperação, especialmente em meio às incertezas causadas pela guerra tarifária. Essa disposição sinaliza a relevância das relações bilaterais e a vontade de ambos os países de enfrentar os desafios internacionais juntos.
Contatos com outros líderes do Brics
O contato com Xi Jinping se une a uma série de conversas que Lula tem realizado recentemente com outros líderes do Brics. Na quinta-feira (7), o presidente brasileiro conversou com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, logo após os EUA ampliarem as tarifas sobre produtos da Índia para 50%, um aumento semelhante ao aplicado ao Brasil. Essa conversa foi uma iniciativa de Lula para formar uma resposta conjunta entre os países afetados pelas medidas norte-americanas.
No sábado (9), Lula também trocou ideias com o presidente russo, Vladimir Putin. Segundo informações do Palácio do Planalto, a conversa versou sobre a guerra na Ucrânia e fortaleceu a intenção de realizar ainda este ano a próxima reunião da Comissão de Alto Nível de Cooperação Brasil-Rússia.
Esses encontros revelam a importância do diálogo e da colaboração mútua entre os integrantes do Brics, não só para enfrentar os desafios impostos pelo comércio internacional, mas também para solidificar alianças estratégicas que podem oferecer suporte a cada nação em momentos de crise.
Em suma, a próxima conversa entre Lula e Xi Jinping não é apenas um passo importante para as relações entre Brasil e China, mas também um reflexo das complexas e interligadas dinâmicas que moldam o cenário geopolítico atual.
