O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o líder chinês Xi Jinping devem fazer uma conversa por telefone nas próximas horas, conforme fontes familiarizadas com o assunto. O telefonema foi solicitado por Lula e ocorre um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestar expectativa de que a China quadruplique a compra de soja dos EUA. A China é o maior parceiro comercial do Brasil, cujo principal produto de exportação é justamente a soja.
Temas da conversa entre Lula e Xi Jinping
O diálogo entre os líderes deverá abordar a relação bilateral, além da atual conjuntura geopolítica global, incluindo as tarifas comerciais impostas por Trump a países como Brasil e China. Ambos os países integram o BRICS, bloco que prioriza o multilateralismo e que é considerado adversário pelo ex-presidente americano.
Reuniões recentes de Lula com lideranças do BRICS
Antes do telefonema com Xi, Lula teve encontros com outros dois líderes do BRICS: o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, na quinta-feira, e o presidente russo, Vladimir Putin, no sábado.
A conversa com Modi foi solicitada por Lula e aconteceu logo após Trump impor uma tarifa adicional de 25% à Índia, elevando a sobretaxa para 50%, mesma medida aplicada ao Brasil. Lula tem buscado construir uma reação conjunta com outros países afetados por essas tarifas.
Relações bilaterais e diplomacia
Apesar de diferenças ideológicas, Lula e Modi mantêm boa relação diplomática. Modi, que é conservador e de direita, participou da cúpula do BRICS em julho, no Rio de Janeiro, e visitou Lula em Brasília, onde assinaram acordos bilaterais no Palácio do Alvorada.
Já o telefonema com Putin foi iniciado pelo próprio presidente russo, durante uma ligação de aproximadamente 40 minutos. Na conversa, Putin compartilhou informações sobre as discussões em curso com os Estados Unidos e os esforços de paz entre Rússia e Ucrânia, segundo nota do governo brasileiro.
Compromisso com a paz e cooperação internacional
Lula destacou que o Brasil sempre apoiou o diálogo e a busca por soluções pacíficas. “Reafirmo que nosso governo está à disposição para contribuir, inclusive no âmbito do Grupo de Amigos da Paz, lançado por iniciativa do Brasil e da China”, afirmou o presidente.
Os líderes também abordaram o cenário político e econômico internacional, reforçando a cooperação no âmbito do BRICS. Putin parabenizou o Brasil pelos resultados da última cúpula do grupo realizada no Rio de Janeiro. Além disso, discutiram a organização da próxima edição da Comissão de Alto Nível de Cooperação Brasil-Rússia, prevista para ainda este ano.
O telefonema acontece num momento de intensificação das tensões nas relações internacionais, com o Brasil buscando fortalecer alianças estratégicas e promover um maior espaço para diálogo multilateral.
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