A recente reunião do Conselho Deliberativo do Flamengo, que ocorreu na Gávea na noite desta segunda-feira, trouxe à tona questões importantes sobre a gestão do clube e o futuro do estádio Maracanã. O presidente Luiz Eduardo Baptista apresentou números que demonstraram a saúde financeira do Maracanã, apresentando-o como um ativo superavitário e elogiando sua administração. No entanto, o tópico sobre a construção de um estádio próprio para o Flamengo foi abordado com cautela e, em muitos momentos, relegado a um segundo plano.
Maracanã se destaca na gestão financeira
Os presentes na reunião relataram ao GLOBO que o Conselho Diretor insinuou que o Maracanã e um projeto de novo estádio poderiam coexistir ao longo do tempo. O crescimento da rentabilidade do Maracanã, segundo eles, facilitará a realização do novo projeto, uma vez que a viabilidade financeira é um requisito primordial. De acordo com estas fontes, se os lucros não forem mantidos, a construção do novo estádio se tornará inviável.
Os detalhes financeiros apresentados por Baptista mostraram um Maracanã gerando lucros ainda maiores em comparação aos anos anteriores. No entanto, o presidente fez questão de destacar que nenhum ataque à gestão anterior, comandada por Rodolfo Landim, estaria sendo feito — pelo contrário, a intenção era evidenciar uma continuidade nas boas práticas administrativas que foram implementadas.
Desafios na construção do novo estádio
Embora o novo estádio tenha sido mencionado, o presidente Baptista deixou claro que a realização do projeto depende de não comprometer os recursos destinados ao futebol. Ele também rejeitou a proposta de transformar o Flamengo em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), justificando que isso poderia trazer consequências financeiras indesejadas na gestão dos ativos do clube.
Os conselheiros, entretanto, expressaram dúvidas quanto à possibilidade de que a nova arena, planejada para ser construída no terreno do Gasômetro, esteja pronta antes do término da atual gestão de Baptista. O sentimento é de que, dada a burocracia e os desafios financeiros, a idealização de um novo espaço para o clube requer planejamento e tempo.
Clima pacífico e participação restrita
Um aspecto que chamou a atenção durante a reunião foi a dinâmica de participação. A maior parte do encontro foi pautada por uma apresentação unilateral, onde a intervenção dos conselheiros foi limitada a um curto período de perguntas no final. Apesar disso, o ambiente foi considerado pacífico, permitindo que os presentes, além do próprio Baptista, ouvissem outros membros da gestão, incluindo o diretor-geral Paulo Dutra, que complementou as falas do presidente com informações estratégicas sobre a administração do clube.
À medida que o debate sobre o futuro do Flamengo se intensifica, a necessidade de um gerenciamento eficaz dos recursos do clube se torna ainda mais crucial. O foco na lucratividade do Maracanã e a cautela em relação ao novo estádio refletem uma mudança de paradigma na forma como o clube, um dos gigantes do futebol brasileiro, lida com suas finanças.
Em resumo, a reunião do Conselho Deliberativo do Flamengo acabou por reforçar a ideia de que, apesar do desejo por um novo estádio, o caminho a seguir deve ser trilhado com prudência, priorizando a saúde financeira do clube e a manutenção da boa gestão dos atuais ativos enquanto se planeja o futuro.