O presidente Donald Trump assinou uma ordem que estende por mais 90 dias a trégua tarifária com a China, ajudando a estabilizar as relações comerciais entre os dois países. A decisão, baseada em informações da Casa Branca, evita uma nova rodada de aumentos tarifários que poderia prejudicar o comércio mundial.
Prolongamento da trégua tarifária com a China
Segundo a CNBC, a prorrogação foi oficializada por Trump nesta segunda-feira, após negociações em Estocolmo, lideradas pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e pelo vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng. A extensão expira nesta terça-feira, mas mantém o acordo preliminar assinado no mês passado, que reduziu tarifas e suspendeu restrições a exportações essenciais.
Negociações e perspectivas futuras
Autoridades chinesas e o governo americano demonstraram otimismo quanto à continuidade do diálogo, embora o pacto ainda seja considerado frágil. As negociações continuam, com foco em questões como tarifas relacionadas ao tráfico de fentanil, compras chinesas de petróleo sancionado e divergências em operações de empresas americanas na China.
Além disso, a expectativa é que Trump possa se encontrar com o presidente Xi Jinping no final de outubro, durante uma reunião internacional na Coreia do Sul, fortalecendo o diálogo bilateral.
Impactos na relação comercial e no cenário global
A extensão da trégua evita uma escalada de tarifas que poderia sufocar o comércio entre as duas maiores economias do mundo, cuja disputa tarifária iniciou no início do ano, com tarifas de até 145% impostas pelos EUA e represálias chinesas em setores estratégicos, como os ímãs de terras raras.
Enquanto isso, empresas como Nvidia e AMD continuam negociando licenças de exportação e repassando receitas ao governo americano, em um contexto de tensão ainda presente no setor de tecnologia de ponta, especialmente em chips de inteligência artificial (IA).
Meios de flexibilização e obstáculos
Embora Trump sinalize abertura para facilitar vendas de chips de IA à China, a venda de semicondutores avançados ainda é um tema sensível. Recentemente, a Nvidia foi convocada pelas autoridades chinesas para discutir vulnerabilidades de segurança em seus produtos, demonstrando a delicadeza do tema.
O papel das tarifas na disputa geopolítica
As tarifas de 30% mantidas por Trump incluem uma taxa de 20% sobre o tráfico de fentanil e uma cobrança adicional de 10%, além das tarifas específicas da sua primeira gestão. Ainda há um esforço de ambas as partes para reduzir tensões relacionadas à cadeia de suprimentos, com sinais de retomada de exportações chinesas de ímãs de terras raras para os EUA, que atingiram 353 toneladas em junho.
A negociação diplomática também reflete em ações econômicas, como o aumento de compras de soja americana pelo governo chinês, que Trump incentivou para reduzir o déficit comercial bilateral. A continuidade do diálogo é vista como essencial para evitar uma crise de maior escala que prejudicaria o comércio global.
Apesar do avanço nas negociações, o cenário permanece delicado, já que as disputas envolvem setores estratégicos de alta tecnologia e segurança nacional. A decisão final sobre o prolongamento do acordo dependerá de novos entendimentos nos próximos meses, enquanto ambos buscam manter uma relação comercial estável.
Para acompanhar as próximas movimentações, os analistas destacam a importância dos encontros diplomáticos e de medidas que possam equilibrar as tensões sem prejudicar o fluxo de comércio e tecnologia entre os dois países.