O arcebispo de Westminster, Cardinal Vincent Nichols, manifestou-se contra os planos de Israel de ampliar operações militares e tomar controle de Gaza City. A declaração veio após a aprovação de um plano de cinco etapas pelo gabinete de segurança israelense em 8 de agosto, que prevê desarmar Hamas, libertar reféns e estabelecer um governo civil temporário na faixa de Gaza.
Condenação às ações militares e apelo por paz
Em sua declaração de 8 de agosto, Nichols afirmou: “Hoje, e nestes dias, choro pelo povo de Gaza, que enfrenta não apenas um prolongado sofrimento, mas uma intensificação da dor e do desespero.”
“Aumentar a destruição de Gaza, com o objetivo de derrotar um movimento terrorista, é uma medida que tem sido corretamente condenada em todo o mundo”, destacou o arcebispo, presidente da Conferência dos Bispos Católicos da Inglaterra e País de Gales.
Ele pediu uma estratégia alternativa que não agrave ainda mais o sofrimento de civis inocentes, muitas vezes indefesos frente à violência das ações militares. “Já foi derramado sangue demais; vidas destruídas; fome e fome extremas”, completou Nichols, reforçando o desejo de que a guerra seja encerrada, não ampliada.
Solidariedade e orações pelo povo de Gaza
O arcebispo expressou solidariedade aos fiéis de Gaza e ao patriarca latino de Jerusalém, Cardeal Pierbattista Pizzaballa, reconhecendo seus apelos por paz, auxílio humanitário e apoio à paróquia da Sagrada Família em Gaza. “Nossa oração se volta para Nossa Senhora de Gaza e Santa Edith Stein, cujo dia de festa foi celebrado em 9 de agosto”, disse Nichols.
Contexto e recentes incidentes
As declarações ocorrem um mês após um ataque israelense que atingiu erroneamente a única igreja católica na cidade de Gaza, resultando em três mortes e 15 feridos. O presidente da Conferência dos Bispos dos EUA, Arcebispo Timothy P. Broglio, também pediu “um cessar-fogo imediato”, expressando pesar pelas vítimas e ressaltando a necessidade de assistência humanitária urgente, conforme informou a Catholic News Agency.
Além disso, na última segunda-feira, cinco jornalistas da Al Jazeera e um freelancer foram mortos por forças israelenses em um ataque durante uma cobertura próxima ao hospital de Al Shifa, em Gaza. Israel alegou que um dos jornalistas, Anas al-Sharif, era um operante do Hamas, embora a emissora negue essa afirmação. O incidente foi duramente criticado por organizações internacionais e pela ONU.
A situação na região permanece tensa, com múltiplos incidentes e condenações internacionais, enquanto comunidades religiosas continuam a clamar por soluções pacíficas e o fim da violência.