A rivalidade entre Bahia e Vitória é um dos pilares do futebol na Bahia, e uma nova pesquisa da O GLOBO/Ipsos-Ipec revela ainda mais detalhes fascinantes sobre a torcedores de ambas as equipes. Com apenas 20 quilômetros separando os estádios das duas principais equipes da Bahia, a Fonte Nova e o Barradão, a diferença no número de torcedores se mostra significativa. De acordo com a pesquisa, o Bahia possui a nona maior torcida do Brasil, enquanto o Vitória ocupa a 16ª posição, um reflexo da turbulenta competição que ocorre não só em campo, mas também nas arquibancadas.
A pesquisa detalha o cenário atual das torcidas
Enquanto 2,2% dos entrevistados afirmaram torcer pelo Bahia, apenas 0,8% declararam preferência pelo Vitória. Um número que simboliza uma diferença impressionante, sendo que a torcida do Tricolor de Aço é 175% maior do que a do Leão da Barra. Este cenário é ainda mais notável quando olhamos para o desempenho das equipes no Nordeste, onde o Bahia lidera com 7,4% de apoio, e o Vitória fica em oitavo, com 2,5%.
O estudo foi realizado entre 5 e 9 de junho de 2025, com a participação de 2.000 pessoas, revelando não apenas a popularidade das equipes, mas também a dinâmica das torcidas em várias classes sociais e regiões do Brasil.
Diferenças entre classes sociais
A pesquisa também destacou um abismo significativo quando observamos as classes sociais. No recorte de elite, o Bahia ocupa a 12ª posição entre torcidas das classes A e B, com 1,6% de apoio, enquanto o Vitória está na 15ª posição, com 1%. No entanto, quando analisamos as classes D e E, a diferença é ainda mais notável. O Bahia aparece em 6º lugar, com 3,6% dos entrevistados torcendo para o time, enquanto o Vitória não figura entre os 20 primeiros. Aqui, a diferença percentual entre as duas torcidas é de oito vezes.
Gênero e faixa etária
O gênero também é um fator relevante na análise das torcidas. O Bahia se destaca como tendo a 9ª maior população de torcedoras (1,5%) e a 10ª maior de torcedores (3%). Por outro lado, o Vitória aparece na 16ª posição em ambos os casos, com 0,9% entre os homens e 0,7% entre as mulheres. Em relação à faixa etária, ambos os clubes possuem a mesma porcentagem de torcedores jovens (1,6%), mas o Vitória se sai mal entre os apoiadores acima de 60 anos, com apenas 0,6% em comparação aos 1,8% do Bahia.
Aspectos raciais e geográficos
Outro aspecto interessante descoberto pela pesquisa está relacionado à composição racial de suas torcidas. Em um estado com a maior população negra fora da África, o Bahia e o Vitória mostram uma diferença significativa. Nas demografias dos torcedores brancos, o Bahia ocupa a 13ª posição (1%) e o Vitória a 19ª (0,2%). Já quando analisamos os torcedores pretos ou pardos, o Bahia se destaca em 6º, enquanto o Vitória se posiciona em 13º.
Do ponto de vista geográfico, o Bahia permanece na 6ª posição entre as torcidas das capitais, com 3,4% de apoio, enquanto o Vitória está na 9ª posição, com 2%. No entanto, ambos perdem força quando analisamos o interior, onde o Bahia fica em 14º lugar (1,95%) e o Vitória não encontra seu nome nem entre os 20 primeiros.
A pesquisa e sua relevância
É evidente que a pesquisa O GLOBO/Ipsos-Ipec traz à luz não apenas números, mas também uma narrativa que reflete a identidade cultural e social da torcida de cada clube. Com uma margem de erro de 2,2 pontos percentuais e um nível de confiança de 95%, esses dados são cruciais para entender melhor o futebol baiano e a relação que os torcedores têm com seus clubes.
Seja na elite das classes sociais ou entre as classes populares, a paixão pelo Bahia e pelo Vitória continua a ser um fator de união e rivalidade, mostrando como o futebol é um microcosmo da nossa sociedade. À medida que avançamos, os clubes terão que não só entender esses dados, mas também adaptá-los às suas estratégias, para continuar a cativar e expandir suas torcidas para as futuras gerações.