Kunishige Kamamoto, considerado amplamente o melhor atacante da história do futebol japonês, faleceu neste domingo, aos 81 anos, devido a complicações causadas por pneumonia. A trágica notícia foi divulgada nesta segunda-feira pela Federação Japonesa de Futebol (JFA), que lamentou a perda de um de seus maiores ícones.
A carreira de um ídolo
Nascido em Kyoto, Kamamoto deixou uma marca indelével no esporte. Ele fez história ao ser o artilheiro do torneio olímpico do México em 1968, onde o Japão conquistou a medalha de bronze. Durante sua carreira, que se destacou por um único clube, o Yanmar Diesel — atualmente conhecido como Cerezo Osaka —, ele acumulou um impressionante total de 202 gols em 251 partidas no campeonato japonês.
Seu desempenho excepcional com a camisa da seleção japonesa é também digno de menção: foram 75 gols em 76 partidas, consolidando-o como um dos maiores jogadores de todos os tempos no Japão. A paixão pelo futebol não se limitou ao campo; Kamamoto também se destacou como treinador, função que exerceu durante os seus últimos anos na carreira de jogador, até que se aposentou em 1984.
Um legado que transcende o campo
Após sua aposentadoria, Kamamoto não se afastou do futebol; ele continuou a sua trajetória como técnico até 1995 e desempenhou papéis importantes na administração do esporte. Em 2002, foi diretor do Comitê Organizador da Copa do Mundo, que ocorreu no Japão e na Coreia do Sul, um evento histórico que colocou o futebol asiático em evidência.
A carreira de Kamamoto também incluiu a política. Em 1995, ele foi eleito representante na Câmara dos Legisladores, mostrando seu comprometimento com sua nação, não apenas pelo esporte, mas também pela política.
A homenagem de colegas e admiradores
O atual técnico da seleção japonesa, por sua vez, ressaltou a importância de Kamamoto para o futebol japonês, afirmando que ele “deu aos japoneses um raio de esperança de poder competir em nível internacional”. Palavras que refletem o impacto que o jogador teve no desenvolvimento do esporte no país.
Outra lenda do futebol japonês, Kazuyoshi Miura, que ainda continua jogando aos 58 anos, recordou um momento marcante — quando Pelé, o Rei do Futebol, descreveu Kamamoto como um “grande atacante” durante a partida de despedida dele. “Quando ouvi o Rei Pelé dizer que eu era ‘um grande atacante’, senti orgulho como japonês. Essa lembrança é algo que guardarei para sempre”, declarou Kamamoto em uma entrevista anterior.
As repercussões da perda de um ícone
A morte de Kamamoto causa uma dor imensa entre os amantes do futebol no Japão e ao redor do mundo. Seus feitos nas quatro linhas transcenderam gerações e o tornaram uma verdadeira lenda, sendo aclamado não apenas por seus gols, mas pelo seu papel na popularização do futebol japonês. Ele será sempre lembrado como um símbolo de esperança e sucesso para muitos que aspiram seguir seus passos no esporte.
Ao longo de sua vida, Kamamoto não apenas brilhou como atleta, mas também como mentor e líder, dedicando-se a moldar o futuro do futebol no Japão. Sua ausência deixa um vazio, mas seu legado continuará a inspirar futuras gerações de jogadores e fãs do esporte.
O Japão perdeu um de seus maiores ícones, mas a lembrança de Kunishige Kamamoto viverá para sempre na memória de todos que amam o futebol.