Brasil, 11 de agosto de 2025
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Brasil tem quase 2,3 milhões de crianças fora da creche

Estudo revela disparidades alarmantes no ensino infantil no Brasil, com 2,3 milhões de crianças fora da creche.

Segundo um levantamento da organização Todos Pela Educação, quase 2,3 milhões de crianças de até 3 anos estão fora da creche no Brasil. Essa realidade alarmante foi identificada com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C) e no Censo Escolar do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), durante o período de 2016 a 2024.

A situação do atendimento em creches

Atualmente, a taxa de atendimento de crianças em creches no Brasil é de apenas 41,2%. Este número demonstra que o país ainda está longe de alcançar a meta do Plano Nacional de Educação (PNE), que visa atingir pelo menos 50% desse público até dezembro deste ano. A discrepância na taxa de atendimento se torna ainda mais evidente quando analisamos a situação por faixa de renda. No grupo dos 20% mais ricos, a taxa de atendimento é de 60%, enquanto para os 20% mais pobres, esse índice cai para 30,6%. Essa desigualdade continua a ser um grande desafio para a políticas públicas no Brasil.

Acesso para crianças de até 1 ano

O estudo da Todos Pela Educação também revelou dados preocupantes sobre o acesso para crianças de até 1 ano. Neste grupo, apenas 18,6% dos elegíveis têm acesso a creches. Esta informação reforça a urgência de políticas eficazes que garantam um atendimento mais inclusivo e igualitário.

A educação infantil em foco

Em relação à primeira etapa da educação básica, que abrange crianças com 4 e 5 anos, a situação parece um pouco mais positiva, com 94,6% desse público sendo atendido. No entanto, mesmo assim, mais de 329 mil crianças estavam sem escola em 2024. É importante destacar que a matrícula nessa faixa etária é obrigatória, mas o Todos Pela Educação aponta que a falta de matrícula muitas vezes se deve à escolha dos responsáveis, que optam por não colocar seus filhos na escola.

“Ainda que haja avanços a serem reconhecidos, o ritmo de expansão do acesso à Educação Infantil segue abaixo do necessário. Sem a adoção de políticas estruturantes para a expansão com qualidade e equidade, o Brasil continuará privando uma parcela significativa de suas crianças do direito à Educação Infantil,” afirma Manoela Miranda, gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação.

Desigualdade regional no acesso à educação

Outro ponto crítico destacado pelo estudo é a desigualdade no acesso à educação infantil entre diferentes regiões e estados do Brasil. Em 2024, São Paulo se destacou com a maior taxa de atendimento em creches, que alcançou 56,8%. Por outro lado, o estado do Amapá apresentou a taxa alarmante de apenas 9,7%. Essa disparidade reflete não apenas uma diferença no acesso, mas também nas oportunidades de desenvolvimento e aprendizado das crianças em diferentes partes do país.

Conclusão

O cenário encontrado na pesquisa é um chamado à ação para que o Brasil priorize a educação infantil, uma das bases fundamentais para o desenvolvimento das futuras gerações. A implementação de políticas que garantam não apenas acesso, mas também a qualidade da educação, é essencial para que todas as crianças tenham a oportunidade de se desenvolver e prosperar. A luta por uma educação inclusiva e equitativa deve ser uma das principais preocupações da sociedade e do governo, a fim de garantir que nenhuma criança fique para trás.

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