Brasil, 13 de agosto de 2025
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Netanyahu defende plano para controlar Gaza enquanto ONU alerta sobre calamidade

O primeiro-ministro israelense reafirmou seu plano para Gaza, enquanto a ONU adverte sobre a grave situação humanitária na região.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, defendeu seu plano para tomar o controle de Gaza, mesmo diante da crescente indignação internacional. Em uma rara coletiva de imprensa com jornalistas estrangeiros em Jerusalém, Netanyahu insistiu que a estratégia aprovada pelo gabinete de segurança na semana passada é “a melhor maneira de acabar com a guerra e a melhor maneira de fazê-lo rapidamente”. Entretanto, relatos de altos funcionários da ONU destacam o perigo de que essa ação possa desencadear “outra calamidade” em uma região já marcada por “fome, pura e simples”.

A resposta da ONU e a situação em Gaza

No contexto de uma sessão de emergência do Conselho de Segurança da ONU em Nova York, houve alertas recorrentes de que a decisão de Netanyahu, em vez de ajudar a encerrar os 22 meses de conflito, pode piorar a já desesperadora situação humanitária em Gaza. O secretário-geral assistente da ONU, Miroslav Jenca, expressou preocupação: “Se esses planos forem implementados, eles provavelmente provocarão outra calamidade em Gaza, reverberando pela região e causando mais deslocamentos forçados, mortes e destruição”.

O Ministério da Saúde de Gaza informou que cinco pessoas, incluindo duas crianças, morreram de causas relacionadas à desnutrição, elevando o total de crianças que faleceram nesse contexto para 100. Em relação aos adultos, o total de mortes decorrentes de desnutrição alcança 217, conforme dados do ministério.

Críticas ao bloqueio e as vidas perdidas

O diretor de coordenação da OCHA, Ramesh Rajasingham, declarou à reunião do Conselho de Segurança: “Isso não é mais uma crise de fome à vista – é fome, pura e simplesmente”. Israel impôs um bloqueio e restrições sobre a ajuda humanitária que entra no território, mas Netanyahu refutou as acusações de que estaria promovendo uma “política de fome”, descrevendo tais alegações como “completamente falsas”.

Apesar do reconhecimento da fome e dos problemas com o sistema de distribuição de alimentos supostamente gerenciado pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), que é apoiada pelos EUA e Israel, ele acusou a imprensa de propagar “mentiras” sobre a gravidade da situação. No momento da coletiva, pelo menos 26 palestinos foram mortos enquanto buscavam ajuda em Gaza. Esses números alarmantes refletem uma situação crítica que continua a se agravar.

Consequências da ofensiva israelense

Desde o começo das operações, a ONU estimou que mais de 1.370 palestinos morreram enquanto buscavam comida, premindo por uma resposta mais humanitária e ponderada. No entanto, Netanyahu não assumiu responsabilidade pelas mortes e afirmou, sem apresentar evidências, que “muito do fogo foi realizado pelo Hamas”. O exército israelense tem repetidamente alegado que o Hamas estaria roubando a ajuda humanitária, apesar da Comissão Europeia ter afirmado que não há registros corroborando essas alegações.

Sobretudo nas últimas semanas, as famílias dos reféns restantes criticaram abertamente o plano, em meio a uma série de manifestações em Tel Aviv contra a escalada do conflito. “Temos cerca de 70% a 75% de Gaza sob controle militar israelense. Mas temos dois bastiões remanescentes. Esta é Gaza City e os acampamentos centrais em Al Mawasi”, esclareceu Netanyahu.

Reação internacional e posicionamento dos EUA

Alguns aliados próximos de Israel, como o Reino Unido, pediram cautela e advertiram que o plano de Netanyahu pode prolongar ainda mais o conflito. “Isso não é um caminho para a resolução. É um caminho para mais derramamento de sangue”, afirmou o embaixador britânico adjunto na ONU, James Kariuki. Enquanto isso, a embaixada dos EUA no Conselho de Segurança reafirmou o direito de Israel a tomar medidas necessárias para sua segurança, apoiando a posição israelense.

Os dados disponíveis indicam que a ofensiva militar de Israel já resultou na morte de pelo menos 61.000 palestinos, a maioria civis, sem contar aqueles que estão sob os escombros ou que morreram indiretamente devido à guerra.

As tensões continuam crescentes na região, enquanto as vozes de diferentes nações ecoam em prol de uma solução humanitária que aborde tanto os direitos dos palestinos quanto a segurança de Israel, numa busca urgente por paz e estabilidade.

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