Brasil, 10 de agosto de 2025
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Estados enfrentam aumento nas contas de luz devido a data centers

Pressão aumenta sobre estados para proteger consumidores dos custos gerados pelos grandes data centers da Big Tech.

Num cenário de contas de energia cada vez mais altas, os estados americanos enfrentam a pressão de proteger os consumidores comuns dos custos gerados pelos ávidos data centers da Big Tech. Embora seja difícil quantificar sua contribuição exata para o aumento das tarifas, as medidas estão começando a ser implementadas em mais de uma dúzia de estados, à medida que a demanda por energia cresce rapidamente.

O impacto dos data centers nas contas de energia

Os data centers são conhecidos por consumir quantidades imensas de eletricidade, muitas vezes superando o consumo de cidades inteiras, como Pittsburgh ou New Orleans. Essa realidade está levando os legisladores a reavaliar o sistema que, historicamente, distribuiu os custos de transmissão entre os consumidores, proporcionalmente ao seu uso de eletricidade. “Uma grande parte da infraestrutura, que custa bilhões de dólares, está sendo construída apenas para alguns poucos clientes, que são, em sua maioria, as empresas mais ricas do mundo”, afirma Ari Peskoe, diretor da Iniciativa de Direito da Eletricidade na Universidade de Harvard.

As vozes dos consumidores

Charlotte Shuff, da Oregon Citizens’ Utility Board, um grupo de defesa dos consumidores, observa que a insatisfação em relação às contas de energia cresceu significativamente. “Nos últimos meses, temos visto um clamor massivo nas comissões de utilidade pública como nunca antes”, diz. Muitos críticos questionam a disposição dos estados em enfrentar os gigantes da tecnologia, como Microsoft, Google e Amazon, que estão se beneficiando enormemente do aumento da capacidade de energia.

Aumento das contas de energia e resposta dos estados

Um relatório recente da Monitoramento Analytics revelou que 70% do aumento nos custos de eletricidade no ano passado decorreram da demanda de data centers, gerando uma pressão significativa sobre os consumidores regulares. Enquanto isso, três estados, incluindo Pensilvânia, Nova Jersey e Oregon, iniciaram esforços para investigar e, possivelmente, implementar taxas mais altas para serviços prestados a esses data centers.

No ano passado, cinco governadores, liderados pelo governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, começaram a contestar os preços de energia estabelecidos pelo operador da rede do meio-oeste, PJM Interconnection. Este operador já viu os preços quase quadruplicarem, levando a um alerta de que os consumidores estavam “pagando bilhões a mais do que o necessário”. Até agora, a PJM não apresentou formas concretas de garantir que os data centers paguem seu devido preço.

Dúvidas sobre a proteção dos consumidores

Em Indiana, reguladores estaduais aprovaram um acordo que estabelece parâmetros para os pagamentos feitos por grandes usuários de energia, como Amazon e Google, buscando garantir uma certa proteção ao consumidor. No entanto, a falta de divulgação das informações sobre o uso de eletricidade por esses grandes consumidores torna difícil verificar se eles estão realmente contribuindo de forma justa para os custos de transmissão.

De acordo com um relatório do Programa de Direito Ambiental e Energético da Universidade de Harvard, há dúvidas sobre a motivação das utilidades e reguladores em proteger os consumidores comuns, pois ambos têm incentivos para atrair grandes clientes, como data centers. É possível que os custos dos “ descontos especiais” oferecidos às empresas de tecnologia sejam transferidos para os consumidores regulares.

Caminhos a seguir

Os estados estão buscando maneiras de garantir que os data centers cobrem uma parte justa dos custos de transmissão. A Comissão de Utilidade Pública da Pensilvânia está elaborando uma estrutura de taxa modelo que espera fazer com que os desenvolvedores de data centers contribuam de forma justa. “Estamos falando sobre melhorias reais na transmissão, potencialmente custando centenas de milhões de dólares. E isso é algo que não queremos que o consumidor pague”, comentou Stephen DeFrank, presidente da comissão.

À medida que a pressão para garantir que os consumidores não sejam os mais prejudicados nesse jogo de poder energético aumenta, a discussão sobre a responsabilidade dos grandes consumidores, como os data centers, continua a se intensificar. A questão ainda permanece: quem pagará o preço das crescentes demandas de energia à medida que os data centers se proliferam, e como os estados responderão a essa crescente necessidade por reformas no sistema elétrico?

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